ATA DA QUADRAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM
31-5-2010.
Aos trinta e um dias do mês de maio do ano de dois
mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, respondida pelos vereadores Alceu Brasinha, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Fernanda Melchionna, João
Antonio Dib, João Bosco Vaz, Juliana Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro,
Nilo Santos, Pedro Ruas e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni,
Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Haroldo de
Souza, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Mario Manfro, Maurício
Dziedricki, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Reginaldo Pujol,
Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA,
foram encaminhados: pelo vereador Engenheiro Comassetto, o Projeto de Resolução
nº 015/10 (Processo nº 1922/10); pelo vereador Mauro Zacher, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 083/10 (Processo nº 1958/10); e pelo vereador Nelcir Tessaro,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 094/10 (Processo nº 2117/10). Também, foi
apregoado o Ofício nº 556/10, do senhor Prefeito, encaminhando o Projeto de Lei
do Executivo nº 015/10 (Processo nº 2163/10). Ainda, foram apregoadas as
seguintes Emendas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 221/09 (Processo nº
4998/09): nº 02, de autoria dos vereadores Engenheiro Comassetto, Líder da
Bancada do PT, e Aldacir José Oliboni; nº 03, de autoria dos vereadores Toni
Proença, Líder da Bancada do PPS, e Aldacir José Oliboni; e nº 04, de autoria
dos vereadores Nilo Santos, Líder da Bancada do PTB, e Aldacir José Oliboni. Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº
071/10, de autoria do vereador Pedro Ruas, deferido pelo Senhor Presidente,
solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no
dia de hoje, na solenidade de Descerramento do Quadro com a Fotografia do
Ex-Vice-Governador do Estado Antonio Carlos Hohlfeldt, às dezoito horas e
trinta minutos, no Palácio do Vice-Governador do Estado do Rio Grande do Sul,
em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 420473,
427841, 437533, 437550, 437594 e 437612/10, do Fundo Nacional de Saúde do
Ministério da Saúde. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, à senhora Vera Justina Guasso, Diretora Coordenadora do Sindicato dos
Trabalhadores em Processamento de Dados no Estado do Rio Grande do Sul, que
discorreu sobre políticas de informática desenvolvidas em Porto Alegre. Na
ocasião, o senhor Presidente registrou a presença do senhor José Paulo
Conceição Fernandes, Presidente do Esporte Clube São José, convidando Sua
Senhoria a integrar a Mesa dos trabalhos. Também, nos termos do artigo 206 do
Regimento, os vereadores Pedro Ruas, Fernanda Melchionna, esta pela oposição,
Carlos Todeschini e Nilo Santos manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os
vereadores Airto Ferronato, Carlos Todeschini e Nilo Santos. Às quatorze horas
e cinquenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo
retomados às quatorze horas e cinquenta e sete minutos, constatada a existência
de quórum. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foram votados
conjuntamente e aprovados Requerimentos verbais formulados pelos vereadores
Paulinho Rubem Berta e João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem dos
trabalhos da presente Sessão. Na ocasião, por solicitação do vereador Mario
Manfro, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao professor
Palmizio Nocchi. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES,
hoje destinado a assinalar o transcurso do nonagésimo sétimo aniversário do
Esporte Clube São José, nos termos do Requerimento nº 040/10 (Processo nº
2044/10), de autoria do vereador Paulinho Rubem Berta. Compuseram a Mesa: o
vereador Mario Manfro, Presidente em exercício da Câmara Municipal de Porto
Alegre; os senhores José Paulo Conceição Fernandes, Anita Kaiser e Manoel Mario
Machado da Silva, respectivamente Presidente, Vice-Presidenta Social e
Vice-Presidente Administrativo do Esporte Clube São José; e o senhor Luiz
Fernando Gomes Moreira, Diretor Executivo da Federação Gaúcha de Futebol. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Paulinho Rubem Berta, como
proponente, e Alceu Brasinha, este em tempo cedido pelo vereador DJ Cassiá.
Após, o senhor Presidente concedeu a palavra ao senhor José Paulo Conceição
Fernandes, que agradeceu a homenagem ora prestada por este Legislativo ao
Esporte Clube São José. Às quinze horas e vinte e nove minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e um
minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, pela oposição, Fernanda
Melchionna e Idenir Cecchim. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Carlos Todeschini, Maurício Dziedricki, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte e Toni
Proença, este em tempo cedido pelo vereador Elias Vidal. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA. Em continuidade, foram apregoados Requerimentos de autoria do
vereador João Antonio Dib, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando que os
Projetos de Lei do Executivo nos 009 e 010/10 (Processos nos
1476 e 1481/10, respectivamente) fossem incluídos na Ordem do Dia, nos termos
do artigo 81 da Lei Orgânica do Município, tendo-se manifestado a respeito o
vereador Pedro Ruas. Após, foi
rejeitado Requerimento verbal formulado pelo vereador Luiz Braz, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia da
presente Sessão, após ser encaminhado à
votação pelo vereador Sebastião Melo, tendo-se manifestado a respeito os
vereadores Sebastião Melo, Luiz Braz, João Antonio Dib, Pedro Ruas, Engenheiro
Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Mauro Pinheiro e Idenir Cecchim. Às
dezesseis horas e trinta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e quarenta e dois minutos,
constatada a existência de quórum. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Projeto de Lei do Executivo nº 014/10 (Processo nº 2040/10), por vinte e seis
votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos vereadores Engenheiro
Comassetto e João Antonio Dib, em votação nominal solicitada pelo vereador
Carlos Todeschini, tendo votado os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha,
Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr.
Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Fernanda
Melchionna, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem
Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon
e Toni Proença. A seguir, o senhor Presidente cumprimentou o vereador Dr.
Thiago Duarte pelo casamento de Sua Excelência com a senhora Magda Suleiman
Shama, ocorrido no dia vinte e nove de maio do corrente. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/09
(Processo nº 6055/09), após ser encaminhado à votação pelas vereadoras Maria
Celeste, Fernanda Melchionna e Sofia Cavedon, esta pela oposição, e pelos
vereadores Dr. Raul, Reginaldo Pujol e João Antonio Dib. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/10
(Processo nº 1497/10), por vinte e dois votos SIM e quatro ABSTENÇÕES, após ser
discutido pelos vereadores Luiz Braz, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Alceu Brasinha,
Sebastião Melo, Engenheiro Comassetto, Idenir Cecchim e Reginaldo Pujol, em
votação nominal solicitada pelo vereador Bernardino Vendruscolo, tendo votado
Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José
Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Engenheiro
Comassetto, Fernanda Melchionna, João Bosco Vaz, Luiz Braz, Maria Celeste,
Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Pedro Ruas,
Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença e optado
pela Abstenção os vereadores Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel e Sebastião Melo. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 146/09
(Processo nº 5291/09). A seguir, o senhor Presidente declarou encerrada a Ordem
do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de
Lei do Legislativo nº 079/10; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 006/10, discutido pelos vereadores Adeli Sell e Engenheiro
Comassetto. Durante a Sessão, o senhor Presidente registrou as presenças, neste
Plenário, de alunos e dos professores Daniel Piccinini e Daniele Lopes, do
Colégio La Salle São João, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre
para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial
desta Casa. Às dezoito horas e nove minutos, constatada a inexistência de
quórum, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mario Manfro, Mauro Pinheiro e
Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do
que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo
senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à
A Srª Vera Justina Guasso, Diretora-Coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no Estado do Rio Grande do Sul, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à política de informática no Município de Porto Alegre.
A SRA. VERA
JUSTINA GUASSO: Boa-tarde a
todos os senhores e senhoras, um cumprimento especial ao Presidente, Ver. Mauro
Pinheiro; com isso, eu parabenizo os Vereadores desta Casa e agradeço a todos
pelo espaço. Não é a primeira vez que o nosso Sindicato, o Sindppd, está aqui
nesta tribuna. Já estivemos aqui outras vezes, em outras gestões, inclusive,
desta importante empresa, para falar da PROCEMPA, uma empresa importantíssima
para o Município de Porto Alegre, que tem mais de trinta anos de serviços
prestados na área da Informática, tecnologia da informação. Essa empresa presta
serviços, desenvolve sistemas para a Administração Pública na área de saúde,
tributos, finanças, transportes, saneamento, enfim, toda uma gama de trabalhos
que são fundamentais e que têm, também, além de toda a importância, que ser
sigilosos - são dados sigilosos dos cidadãos da nossa Cidade.
Os problemas que nós vamos relatar agora não
começaram ontem, já foram relatados em outros eventos. Mas nós vimos aqui
novamente, porque se trata, hoje, de uma situação sem precedentes. Nós já
fizemos denúncia ao Ministério Público de Contas, nós já encaminhamos um ofício
à própria Direção da PROCEMPA, que também está aqui representada, citando essa
situação. Nós temos hoje 613 pessoas lotadas na companhia. Dessas 613 pessoas
lotadas na companhia, nós temos 256 do quadro de carreira da empresa. Nós temos
52 CCs externos, fora do quadro de carreira da companhia, com altíssimos
salários. Nós temos 134 estagiários e 144 terceirizados. Então, na realidade,
nós temos hoje 44% do quadro e 56% das pessoas lotadas na empresa que não são
do quadro da PROCEMPA! Desses 52 CCs com altos salários que já passaram por lá,
vamos citar as situações graves, indicações políticas: o Garipô Selistre, que
foi indiciado, em 2008, por tentativa de fraudar licitações públicas no DMLU;
passou por lá Pipa Germano, ex-Prefeito de Cachoeira, alvo de ação do
Ministério Público por improbidade administrativa; ainda está lá Virgílio
Costa, ex-Secretário Adjunto da Secretaria de Gestão, envolvido com denúncias
de irregularidade no Pisa - Projeto Integrado Socioambiental; e, a última
situação, José Carlos Elmer Brack, que, há pouco mais de uma semana - era CC na
PROCEMPA –, foi apontado como réu no caso do assassinato do ex-Secretário
Eliseu Santos.
A nossa compreensão é de que esses fatos são
gravíssimos! Nós não temos, na história da nossa categoria e na história da
Administração Pública do nosso Estado e da nossa Cidade, uma situação grave
como esta, em que a maioria do corpo da empresa é de fora de seus quadros, em
que uma empresa com 256 funcionários do quadro tem 52 funcionários de fora da
Companhia.
Essa empresa está há onze anos sem concurso
público! O maior bem que uma empresa de informática tem é o seu quadro
funcional, que deve ser qualificado, treinado. Então, há onze anos não temos
concurso público nesta empresa, enquanto nas outras empresas da nossa categoria
sai concurso em dois, três, quatro ou cinco anos.
Há um aumento vultoso nos gastos não relacionados à
área de tecnologia, e, com certeza, boa parte disso está envolvida em gastos
com pessoal. Quando vemos uma empresa que tem em seu meio 56% de funcionários
que são de fora da companhia, com certeza, nós vamos ter uma folha de pagamento
altíssima. A pergunta que os trabalhadores e todos os que conhecem essa
empresa, que é fundamental para o Município, fazem é: quem perde com isso? Nós
entendemos que perdem os trabalhadores do quadro e perdem também a população e
o Município de Porto Alegre! Nós entendemos que uma empresa pública tem que ter
excelência nos seus serviços, investir em tecnologia, investir no seu
patrimônio de pessoal, que é o seu quadro. No ano que vem, poderão estar saindo
da empresa vários quadros técnicos formados, que vão se aposentar. O que está
fazendo a administração dessa empresa para resolver esse problema que poderá
estar colocado? Porque essas pessoas, mais da metade das pessoas que estão lá
não permanecem. O que será feito para manter a qualidade dos serviços? O que
será feito para que essa empresa permaneça e avance na qualidade dos serviços
que têm que ser prestados para a população? Então, é por isso que nós estamos
aqui hoje. Nós entendemos - e já colocamos isso em ofício para a própria
administração da empresa - que não é mais possível que continuemos com uma
realidade tão cruel para uma empresa tão importante como é a nossa PROCEMPA. E,
ao fazer esta denúncia aqui, hoje, nesta Tribuna Popular, quero ouvir a opinião
e buscar o apoio desta Casa, que tem sido importante no sentido de revertermos
esse quadro, para fazer com que a PROCEMPA volte a ser uma empresa que, além de
prestar os serviços, tenha um quadro qualificado, um quadro ampliado com
concurso público e que pare de ser, na expressão, digamos assim, mais
grosseira, um grande “cabide de empregos”, que é e está sendo, infelizmente,
hoje, um grande “cabide de empregos” de indicações políticas para além daquelas
que eu já li aqui agora, e tem havido denúncias gravíssimas contra essas
pessoas. Então, essa é a palavra inicial do nosso Sindicato, gostaríamos de
tornar pública essa situação a esta Câmara de Vereadores. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido a Srª Vera Guasso, do Sindppd-RS, a tomar
assento à Mesa; convido, também, o Presidente do Esporte Clube São José a tomar
assento à Mesa.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO
RUAS: Ver. Mauro Pinheiro, na presidência dos trabalhos; minha cara Vera
Guasso, saúdo a sua presença aqui entre nós, bem como a do Sindppd. Eu me sinto
muito à vontade, meu Presidente Mauro Pinheiro, para falar sobre este tema,
porque, em 1975, eu ingressei nos quadros da Prefeitura, como escriturário, no
antigo CPD - Centro de Processamento de Dados -, que deu origem à PROCEMPA uns
dois ou três anos depois. E esses dados que a Diretora do Sindicato Vera Guasso
nos traz são absolutamente alarmantes e, na verdade, inaceitáveis! Porque nós
temos aqui 44% de pessoal do quadro e 56% de pessoal de fora do quadro. Tenho
convicção, neste momento, de que não há nenhuma outra empresa, em termos de
Município, Estado ou União, com esse percentual, com essa desproporção, porque
isso é absurdo! Uma empresa que precisa - e lembro que acompanhei os primórdios
dessa empresa - constantemente ter informação, atualização e confiança -
confiabilidade, do ponto de vista externo, credibilidade; e, do ponto de vista
interno, confiança -, obviamente, não pode ficar sujeita às variações de humor
da política partidária que, de dois em dois anos, pode alterar qualquer tipo de
quadro eventual de funcionários, de servidores, como tem, neste momento, a
PROCEMPA em mais da metade, em mais de 50%! Então, eu quero trazer da nossa
Bancada do PSOL - em meu nome e em nome da Verª Fernanda Melchionna -, minha
cara Vera Guasso, a nossa solidariedade à sua luta, à luta do Sindppd, o nosso
protesto com relação à manutenção dessa situação e o nosso esforço solidário à
ilustre companheira dirigente do Sindppd e ao Sindicato, aos trabalhadores e
trabalhadoras da categoria, para a reversão desse quadro, porque não é possível
que tenhamos uma empresa com o prestígio que tem a PROCEMPA com esse nível de
desproporção. Repito: é uma situação inaceitável! O Sindppd tem uma luta séria
que tem a nossa solidariedade, o nosso apoio e a nossa luta conjunta nesse
sentido. Foi muito importante a sua vinda aqui, porque esses dados não eram do
conhecimento de todos, pelo menos, aqui nesta Casa. Muito obrigado, e conte
conosco.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO
FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Srª Vera
Guasso, satisfação em tê-la conosco, nossos visitantes na tarde de hoje;
preliminarmente, quero registrar que no dia 1º de junho, amanhã, comemora-se,
no Brasil, o Dia da Imprensa. Eu quero fazer, em nosso nome e em nome do meu
Partido, uma saudação especial que estendo através do nosso Presidente da ARI,
Sr. Ercy Torma. Mas eu também estou inscrito exatamente porque acompanhei a
exposição da nossa Diretora Coordenadora do Sindppd – RS.
Já disse aqui e repito, há muitos anos, sempre com
o mesmo refrão, que sou funcionário público, por 35 anos eu trabalhei no
serviço público. Trabalhei na União, no Estado e no Município por diversas
vezes. Em sendo funcionário público e compreendendo a posição, a função, os
deveres e as responsabilidades do servidor público e o valor do serviço que
presta à comunidade é que eu me inscrevi para estar aqui neste tempo um pouco
maior, de cinco minutos. Eu compreendo, até pelas andanças que tive por aí, até
as funções relevantes dos nossos servidores em Cargos de Comissão. Tenho,
inclusive, registrado a importância desses servidores. Também tenho
acompanhado, nesses meus 35 anos de caminhada no setor público, a evolução que
teve a participação do estagiário no setor público.
Também tenho acompanhado e registrado a importância desse estagiário para o
serviço público e também para a sua formação pessoal e profissional. Também
tenho acompanhado - e participei do primeiro escalão da Prefeitura Municipal de
Porto Alegre – a evolução da terceirização dos serviços.
Mesmo que tudo isso
venha a acontecer, o serviço público, na sua essência e excelência, precisa do
servidor público concursado, que deve ser o esteio de qualquer repartição ou
órgão público. Se isso é verdade - e eu sei que é, tenho experiência nesse tema
-, nós não podemos admitir que uma instituição pública tenha muito mais outros
servidores do que servidores públicos concursados. Daí por que estou aqui
falando da importância dessa luta, sem maiores paixões, mas com uma paixão
maior, que é a paixão de compreender que nós, servidores públicos, prestamos
serviço público por excelência. E o setor público se move através do serviço
público. Por isso é que eu quero registrar aqui a nossa solidariedade e dizer
da importância desta discussão nesta tarde. E dizendo também que acreditamos,
sim, na necessidade... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento,
pela oposição.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, primeiro eu gostaria de cumprimentar a companheira Vera Guasso,
representante do Sindicato, e dizer da preocupação que os dados que a senhora
trouxe causam a esses Vereadores que estão preocupados com o serviço público.
Primeiro, como bem falado, o aumento das terceirizações, que tem sido a marca
da Prefeitura Fogaça, continuada pela Prefeitura Fortunati; segundo, o uso dos
estagiários, não como uma forma de complementar o estudo desses jovens, mas
como uma forma de substituir a mão de obra e, portanto, não abrir concurso.
Estava olhando, prezada Vera, que o número de estagiários está contra o que
determina a lei nacional, que diz que não pode exceder a 20% do quadro
funcional. Então, podemos olhar esse número para fazer uma denúncia ao
Ministério Público do Trabalho. Terceiro, e mais preocupante: os cargos de
confiança que têm supersalários e, como bem falado pelo Ver. Pedro Ruas, Líder
da oposição, não são aqueles que permanecem no serviço público, como os
funcionários concursados, eles apenas estão. O que também nos preocupa,
sobretudo, é o uso do critério político e não do técnico, ainda mais em se
tratando, como Vossa Excelência colocou, de pessoas de conduta bastante
suspeita do ponto de vista do respeito aos cofres públicos, como foi o caso da
fraude do lixo, em que o Sr. Garipô Selistre era um dos principais indiciados
como parte de um esquema que foi sustado pelo Tribunal de Contas do Estado; como
o Sr. Pipa Germano, que é indiciado por improbidade administrativa; como o
próprio Brack, que Vossa Excelência relatou, que também foi afastado a partir
da denúncia do Ministério Público em relação ao envolvimento no homicídio, no
assassinato do Secretário Eliseu Santos; como o Virgílio, que também aparece
nas questões do Pisa/DMAE,...
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Ah! Então,
não foi afastado! Eu tinha entendido, pela fala da Presidente Vera, que tinha
sido afastado. Então, pior, nem afastado ainda foi. Gostaria de pedir respeito
aos colegas. De fato, quem não teme...
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Srs. Vereadores, há uma Vereadora falando.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Quem nada teme respeita a intervenção dos outros,
então, peço respeito e silêncio para colocar a nossa opinião. Quero dizer da
nossa preocupação com essa questão e da necessidade de abertura de concurso
público e de valorização do quadro funcional, dos servidores advindos de
concursos públicos, que prestam um serviço para a nossa cidade de Porto Alegre
de grande qualidade, como, em geral, os funcionários do quadro fazem.
Se algum colega gostaria de esclarecer coisas para
esta Casa, recomendo que se inscreva ao invés de ficar interrompendo a fala dos
outros Vereadores. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma
Comunicação de Líder e, após, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Obrigado, Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; saúdo a representante do
Sindppd, a Vera Guasso, e os funcionários da PROCEMPA que aqui estão também
muito preocupados com toda a situação que se vive hoje nessa importante,
fundamental, e estratégica empresa do serviço de informática, do serviço de
processamento de dados do Município de Porto Alegre. Quem está falando aqui é
alguém que foi do Conselho de Administração da PROCEMPA, que acompanhou de
perto, e que foi Diretor-Geral do DMAE, que sustentava praticamente 40% dos
custos dessa empresa. Uma empresa estratégica, porque guarda as informações que
são de interesse estratégico da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, e,
portanto, não é qualquer um que pode realizar esse serviço.
Nós olhamos a situação e estamos muito preocupados,
Vera, com o conjunto de elementos aqui trazidos, porque eu posso fazer uma
comparação do ano de 2004 até este período. Em 2004, por exemplo, havia 10 CCs
puros na PROCEMPA, e hoje, pelas informações, são 52. Portanto, um aumento de
mais de 500%. Antes chegava a em torno de 4%; agora, mais de 20% são CCs. Mas
não sei se são exatamente CCs ou se são “cabides”, acomodações feitas, com o
pagamento de polpudos salários. Eu sei que havia dirigentes dos Partidos que
deram sustentação ao Governo Fogaça que estavam lá profissionalizados sem
levantar uma agulha dentro da PROCEMPA, estavam prestando serviços nos seus
Partidos. Um deles é esse que foi demitido há poucos dias.
Os estagiários, que, no meu tempo de Conselho de
Administração, eram 60 - e já havia reclamação de que eram muitos -, passaram a
173. Eu tenho isso como um dado oficial num Pedido de Informações que
realizamos. Depois de uma contestação do Sindicato, esses estagiários foram
reduzidos a 143, ou a cento e trinta e poucos. Só que os que foram demitidos na
sexta-feira, depois do acordo no Sindicato, foram recontratados na
segunda-feira como terceirizados, para permanecer nas funções. E há outras
preocupações muito grandes.
Eu quero dizer aqui também que foi este Vereador,
através de uma ação popular, que anulou, na Justiça, a tentativa fraudulenta de
terceirização do serviço de cadastro do ISSQN do Município, serviço que é uma
atividade típica de Estado, precípua, portanto, da Fazenda, ancorada e apoiada
pela PROCEMPA. Felizmente, isso nós barramos na Justiça. Mas a “privataria” não
para por aí. Os serviços terceirizados são a grande maioria hoje na PROCEMPA.
Uma empresa que era de excelência, que foi referência, hoje passa a ser uma
empresa com um desempenho sofrível, pois, a todo momento, nós estamos ameaçados
de ter o sistema em colapso.
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: O Ver. Nilo, que é um defensor e tem que defender o seu Partido e seus
agentes lá, fica me contestando ali do plenário. Peço que, depois, ele venha
aqui...
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
O SR. CARLOS
TODESCHINI: Bobagem é o que o senhor está pensando! Eu tenho aqui os dados e tenho
os números que mostram que o orçamento da PROCEMPA foi elevado de maneira
estrondosa, sem nenhuma justificativa e sem nenhum retorno na finalidade
precípua que deve ter a PROCEMPA, que é fazer serviço de tecnologia de
informação e de processamento de dados. Ou é por acaso que todos os sistemas,
inclusive o que alimenta a Câmara, vivem fora do ar? Ou que o correio
eletrônico, por pouco, não está saindo a todos os momentos do ar? Ou que as
falhas, que a qualidade dos serviços caiu? Isso não é por acaso, é porque lá
virou “um cabide de emprego” de pessoas que não têm a ver com a finalidade do
serviço que deve prestar a empresa. Ou o que fazia o Sr. Garipô Selistre,
corrido do DMLU, corrido da SMS? O que é que ele fazia? Qual era trabalho dele
lá na PROCEMPA? E o Sr. Virgílio Costa, que está lá agora? E outros, como o
Brack, qual era o serviço do Brack mesmo lá na PROCEMPA? Digam-me,
expliquem-me! Isso aí o senhor tem que me dizer, Nilo, isso é importante a
Cidade saber. Ou era um “cabide de emprego” para trabalhar para o seu Partido?
Parece-me que era isso!
Vejam só outras questões importantes. Empresas ou
outras atividades, como a Expointer ou outros eventos que não têm nada a ver
com a informática, foram financiados e apoiados pela PROCEMPA, como o Dia
Internacional da Mulher, a Copa Davis de Tênis, os Jogos Radicais de Porto
Alegre, o Festival Hípico Noturno da Brigada Militar, o Salão Náutico do
Mercosul, etc., etc., etc. O que isso tem a ver com o serviço de informações?
Nós queremos a PROCEMPA como empresa pública forte, para que ela preste o
serviço para o qual ela foi projetada para os cidadãos de Porto Alegre,
respeitando a história dos servidores que têm um magnífico trabalho, com
dedicação e qualidade, e que já colocaram essa empresa como uma empresa de
ponta, como liderança no Brasil, coisa que, infelizmente, não dá para dizer nos
dias de hoje. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; quando eu digo que o senhor é um
dos mais equilibrados da sua Bancada, o senhor ainda ri, mas a gente vê algumas
cenas que comprovam que o senhor é um dos mais equilibrados dessa Bancada,
realmente, porque o desequilíbrio está chegando a algumas pessoas.
Quero saudar a Vera Guasso, saudar todos os
Vereadores, saudar as senhoras e os senhores que nos acompanham. Esta tribuna
tem uma vantagem, porque aqui podemos falar, podemos informar as pessoas sobre
as coisas boas, mas, em certos momentos, a tribuna tem uma desvantagem também,
porque nós temos que ficar ouvindo algumas pessoas sentenciarem as outras com a
maior irresponsabilidade, Ver. Mauro Zacher. Vemos pessoas tentar bancar aqui o
que não são, pessoas que sentenciam as outras, pessoas que desqualificam as
outras com a maior cara de pau! E, pior, ficam nos namorando e namorando os
outros Partidos pelas costas. Nós não prestamos, Ver. DJ Cássia, o nosso
Partido não presta, mas o Ver. Todeschini quer que o nosso Partido carregue a
bandeira do Tarso. Desequilíbrio total! O senhor me ouça agora! Desequilíbrio
total de um homem que é acusado por colocar muito mais asfalto do que metros de
cano de água e esgoto na Cidade, quando foi Diretor do DMAE. Dizem as más
línguas por aí que o senhor tem até funcionários cedidos no seu gabinete que
nunca pisaram na Câmara! Dizem! Se eu tivesse provas, eu provaria isso aqui.
Mas dizem! Rei da moralidade...
(Aparte antirregimental.)
O SR. NILO
SANTOS: Vou buscar, vou buscar! Quero pedir para a nossa assessoria buscar a
relação dos cedidos do Ver. Todeschini aqui na Casa, e nós queremos saber quem
são essas pessoas, onde trabalham, o que fazem!
Verª Fernanda, a senhorita cometeu um equivoco,
ninguém afastou o nosso Presidente Brack da PROCEMPA, ele pediu exoneração,
exatamente para que ele possa preparar a sua defesa sem ficar envolvendo
setores da Prefeitura. Ele pediu a sua exoneração. E aí vem o Ver. Todeschini –
o senhor é um juiz! – falar aqui. (Pausa.) Ver. Todeschini, telemedicina não
foi o seu Governo que criou, foi este Governo, e a PROCEMPA desenvolveu e desenvolve
isso com a maior categoria. Telemedicina, algo inovador que no seu Governo não
tinha, a PROCEMPA estabeleceu para este Governo, criou para este Governo. O
senhor, como Vereador, é para chegar aqui é dizer que Porto Alegre está
avançando, porque desenvolveu... Não, o senhor vem para puxar os podres!
A banda larga na Restinga. Como o senhor não faz
votos na Vila Nova, onde mora, vai buscar na Restinga, onde não lhe conhecem. A
banda larga está lá na Restinga graças à PROCEMPA que a desenvolveu. Isso o
senhor deve reconhecer, mas não teve a capacidade de fazer isso!
(Aparte antirregimental.)
O SR. NILO
SANTOS: Não funciona no seu gabinete! Não funciona, porque não tem gente, os
cedidos que deveriam estar trabalhando não estão, é claro que não vai funcionar
nada! Tem que ter gente para operar o computador, senão, não funciona!
Porto Alegre, Presidente Mauro Pinheiro, foi
premiada no Congresso Nacional de Informática Pública, na semana passada, com o
programa Porto Alegre Móvel. Essa gente não entende nada de informática, não
entende nada de trabalho! Estão premiando Porto Alegre por um acaso! Procempa
Verde, reconhecido nacionalmente pelo projeto de sustentabilidade ambiental,
coisa que, no seu Governo, não tinha e tem neste! Não pode ser tão invejoso,
tem que trabalhar para aprender mais, para desenvolver coisas novas, porque o
ciúme, a inveja é como um câncer, Ver. Todeschini, ela dá até azia nas pessoas,
a inveja vai matando aos poucos, não pode ser assim, o senhor está me
entendendo? Está, não é?
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra, nos termos
do art. 206 do Regimento, por cedência de tempo do Ver. DJ Cassiá.
O SR. NILO
SANTOS: Na realidade, a PROCEMPA tem 134 estagiários, Srª Vera Guasso,134
estagiários que não podem ser embolados com terceirizados, até porque não é o
pessoal do quadro que vai fazer o trabalho de office-boy, não é o pessoal do quadro que vai fazer o trabalho de
copa. A coluna dorsal da PROCEMPA são os técnicos, os servidores do quadro da
PROCEMPA, são eles que gerenciam a coluna da PROCEMPA. Não podemos misturar os
estagiários com os terceirizados, porque aí, claro, vai dar um número enorme.
São 134 estagiários que saem da PROCEMPA praticamente formados, porque aquilo
lá é uma baita escola, Ver. Cecchim! É um serviço que a Cidade presta para a
sociedade. Quem dera pudéssemos ampliar o número de estagiários para beneficiar
os estudantes! Quem dera pudéssemos ampliar esse número, Ver. Mauro Zacher, o
senhor, que trabalha com a juventude! Quem dera pudéssemos colocar 500
estagiários, porque eles sairiam de lá prontos para o mercado de trabalho. Quem
dera!
Era isso que nós queríamos ouvir das pessoas que
vêm a esta tribuna. Talvez por isso o senhor não tenha tocado no número de CCs,
Ver. Todeschini, e, se tocou, nem prestei mais atenção, porque o senhor falou
aqui umas bobagens que eu me neguei a ouvir. As suas Prefeituras, aqui na
Região Metropolitana, nós já lemos o número de CCs que têm as Prefeituras do PT
na Região Metropolitana, é uma vergonha! É uma vergonha! Então, menos, porque a
inveja corrói, mata!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos a presença da Srª Vera Justina Guasso,
representante do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados no
Estado do Rio Grande do Sul - Sindppd-RS.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h56min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro - às 14h57min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos
trabalhos, passando de pronto às Comunicações, para que possamos prestar a
justa homenagem ao Esporte Clube São José.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, solicito que seja colocada em
votação a antecipação da Ordem do Dia, que ficaria no lugar certo, que é após
as Comunicações.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o
Requerimento, de autoria do Ver. Paulinho Rubem Berta, que solicita passarmos
imediatamente às Comunicações, e o de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
solicita, logo após, passarmos à Ordem do Dia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que
os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.
Ver. Paulinho Rubem
Berta, se me permite, antes de iniciar a justa homenagem ao Esporte Clube São
José, faremos um minuto de silêncio em homenagem ao passamento do Profº Dr.
Palmízio Nocchi, formado em 1947, pela Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. A cerimônia de despedida acontece hoje, às 19h, na Capela I do Crematório
Metropolitano São José.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Passamos às
Hoje este período é destinado a assinalar o
transcurso do 97º aniversário do Esporte Clube São José, nos termos do
Requerimento nº 040/10, de autoria do Ver. Paulinho Rubem Berta, Processo nº
2.044/10.
Convidamos para compor a Mesa o Sr. José Paulo
Conceição Fernandes, Presidente do Esporte Clube São José; a Srª Anita Kaiser,
Vice-Presidente Social do Esporte Clube São José; o Sr. Manoel Mario Machado da
Silva, Vice-Presidente Administrativo do Esporte Clube São José; o Sr. Luiz
Fernando Gomes Moreira, ex-Presidente do Esporte Clube São José e Diretor
Executivo da Federação Gaúcha de Futebol.
O Ver. Paulinho Rubem Berta, proponente desta
homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Sr. Presidente da Câmara Municipal, Ver. Mario
Manfro. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com muito respeito
e com muito orgulho, principalmente por ser morador da Zona Norte, que faço esta
homenagem ao Esporte Clube São José em nome de todos os Vereadores desta Casa,
da Cidade e do Estado do Rio Grande do Sul. Esse Clube, nos seus 97 anos, tem
levado a nossa região a ser reconhecida na Cidade, na área do esporte. Tem
contribuído com a nossa região não só com o esporte, mas socialmente, pois
tenho conhecimento de tudo que o Esporte Clube São José tem ajudado ao longo
dos anos, principalmente as agremiações da área da várzea em Porto Alegre. Por
isso não poderia deixar de fazer esta homenagem, parabenizando a atual
Diretoria e todos que por lá passaram. Também gostaria de homenagear e fazer um
reconhecimento aos craques, aos atletas que lá se formaram no passado. Vou
citar alguns e, dessa maneira, contemplar todos que por lá passaram, são apenas
alguns, muito poucos em relação a todos que por lá passaram: Enio Andrade, que
todos nós conhecemos pelo que fez pelo esporte no nosso Estado e no nosso País;
Sr. Gilberto Tim, Carlos Miguel, Pinga, Tarciso Flecha Negra, que hoje é meu
colega, e tenho muita satisfação em citá-lo; e Cláudio Mineiro, entre tantos
outros.
Eu era guri e era engraxate aqui, na rua Ramiro
Barcelos, na época em que havia uma churrascaria chamada Boi na Brasa, a qual
era dirigida pelo nosso saudoso e querido Manoel Tavares, que também já foi
Presidente do Sport Club Internacional. E foi nessa época, aos nove anos de
idade, que passei a admirar e a entender de futebol. O Esporte Clube São José
já estava ali há muitos anos, orientando, qualificando e, principalmente,
ajudando a nossa juventude.
Nós temos Vereadores nesta Casa, como o Ver. DJ
Cassiá, que têm trabalhado muito contra uma praga que vem assolando o nosso
País e, principalmente, a nossa Cidade, que é o crack. Craque se faz no Esporte Clube São José, craque se leva para
dentro das quatro linhas, sejam elas do futebol, do basquete, do que for, para
poder contribuir com a nossa Cidade.
Por isso, Presidente, é com muito respeito, com
muito orgulho, apesar de econômico nas palavras, que hoje, ao me perguntarem
onde moro em Porto Alegre, eu respondo que moro próximo ao Esporte Clube São
José. É uma referência para o nosso Estado, é uma referência para este País,
pela garra, pela luta e pela perseverança que têm os atuais e os antigos
dirigentes, por resistirem a tantas crises. Enquanto tantos clubes deixam de
existir, o Esporte Clube São José se encontra mais vivo do que nunca.
Parabéns ao Esporte Clube São José, parabéns a seus
dirigentes, mas, principalmente, parabéns a nós todos que aprendemos a admirar
e a amar o Esporte Clube São José. Parabéns, Presidente, e que o Esporte Clube
São José continue mais vivo do que nunca.
O Sr. Tarciso
Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) É com um prazer enorme no coração que falo desse carinho que o São
José teve com este ex-atleta, que, naquele momento, era ainda um atleta
profissional. Encerrei as minhas atividades como atleta de futebol profissional
em 1991, quando o São José abriu as suas portas para que eu jogasse mais seis
meses e pudesse realizar o meu sonho de começar a pensar em parar de jogar
futebol. O carinho do São José, o carinho daquele povo era enorme por este
humilde ex-atleta de futebol. Presidente, eu lhes tenho um carinho enorme.
Depois do glorioso e imortal tricolor, o Grêmio, eu tenho o São José como o
segundo time do meu coração e tenho um agradecimento muito grande ao São José.
Parabéns, São José, que continue assim e chegue àquela glória fantástica que o
São José merece. Obrigado, Ver. Paulinho Rubem Berta.
O Sr. Paulo
Marques: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nonagésimo-sétimo
aniversário do Esporte Clube São José. Parabéns, meu Presidente Paulo
Conceição! Estamos todos de parabéns, e eu precisava fazer uma referência aqui
a uma coisa maravilhosa que o São José tem construído, desde o ano passado, que
é o seu MTG - Movimento Tradicionalista Gaúcho. Tive oportunidade de estar
junto e de cavalgar na 26ª Cavalgada do Mar, onde nos consolidamos, ao lado da
nossa Presidenta, Ana Marta Vasconcelos Pochmann, com o meu amigo querido Vitor
Pochmann, e ao lado do Desembargador Braulio Marques, que foi um dos
idealizadores desse MTG. Quero dizer, mais uma vez, que o São José contribui
com a cultura e com o social. Quero também mandar um abraço para o Enio Gomes.
Se vocês olharem os nomes daqueles que ajudam a construir o São José, sem
dúvida nenhuma, encontrarão muitos Marques, pois há o compromisso desta família
com o nosso glorioso São José da Zona Norte. Muito obrigado.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Obrigado, Ver. Paulo Marques.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Eu pediria o bom senso dos aparteadores, para que
façam apartes um pouco mais breves, considerando o próprio orador.
O Sr. Toni
Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero saudar o Ver.
Paulinho Rubem Berta, Líder do PPS, pela brilhante iniciativa de fazer esta
homenagem ao 97º aniversário do nosso glorioso Zequinha. Quero saudar o Esporte
Clube São José na pessoa do seu Presidente, José Paulo Conceição Fernandes, e
na pessoa da Vice-Presidente, Anita Kaiser. Poucos clubes no Brasil têm
mulheres dirigentes. Outro dia eu estava olhando, o Flamengo tem uma
Presidente. Quem sabe se, na próxima gestão, a senhora não será Presidente do
Zequinha, e ele vai avançar muito. Parabéns ao Zequinha, à família do São José
e aos torcedores!
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Muito obrigado, Ver. Toni Proença.
O Sr. Mauro
Zacher: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Rubem
Berta, de maneira muito especial, eu queria saudar o aniversário do Esporte
Clube São José e dizer que tenho duas satisfações em relação a esse Clube.
Primeiro, por ter me aceitado como atleta - ainda na infância, fui um atleta do
São José; segundo, por ter me dispensado do Clube, porque eu não tinha a menor
vocação, e hoje posso estar aqui na Câmara de Vereadores. Muito obrigado.
Parabéns e muito sucesso a este Clube, por quem tenho um carinho muito especial
no coração!
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Obrigado, Vereador. Sr. Presidente, como V. Exª pode perceber, o
carinho dos Vereadores desta Casa pelo Esporte Clube São José é muito grande.
Eu sou do Conjunto Residencial Rubem Berta, que fica praticamente na periferia
de Porto Alegre, e lá, em breve, nós estaremos, se Deus quiser, formando
parcerias com o Esporte Clube São José, para que possamos fazer com que o São
José cada vez cresça mais, se fortaleça mais e possa continuar nos ajudando.
O Sr. João
Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Bancada do Partido
Progressista quer cumprimentá-lo e cumprimentar o Esporte Clube São José pelo
seu aniversário. Meus parabéns!
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Obrigado. Quero dizer, mais uma vez, parabéns aos 97 anos do Esporte
Clube São José! Agradeço pela acolhida que tive no São José. Esperamos que o
São José continue cada vez mais forte e mais brilhante, proporcionando
oportunidade aos nossos jovens e aos nossos atletas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. DJ Cassiá.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sr. Presidente, José Paulo
Conceição, para mim é uma grande honra falar em nome do meu Partido. Quero
agradecer ao Ver. DJ Cassiá, era dele o tempo de Comunicações, mas ele me cedeu
seu tempo, porque eu tenho uma admiração muito grande pelo Esporte Clube São
José. Saudando o Presidente, saúdo toda a Mesa. Sr. Presidente, José Paulo
Conceição; eu me sinto muito
honrado, alegre e feliz por vir aqui falar no Zequinha. Sou sócio do Zequinha
também, a minha família - meus guris, minha esposa - desfruta da grandeza que
tem lá para o lazer.
Sr. Presidente, sempre que sou convocado pelo nosso
querido Presidente da Federação, Chiquinho
Novelletto, quando ele diz
“Brasinha, temos que sair na rua convocando a torcida do Zequinha, porque tem
jogo”, lá está o Brasinha, João Bosco Vaz, com o seu caminhão, fazendo a
homenagem . E o único hino de outro time que eu boto é o do Zequinha, porque eu
tenho grande honra de torcer pelo Zequinha. E mais, a alegria que me faz vir
aqui, Sr. Presidente: no dia 24 de março, aquela alegria que os atletas do
Zequinha proporcionaram a mim, especialmente, e aos gremistas, quando lá vocês
fizeram 3X0 no Internacional. Muito obrigado, Zequinha, por essa alegria, pela
grande honra de o Zequinha botar o Internacional no lugar! Jogaram muito bem,
quase iam fazer quatro! Se aquela bola entrasse por cima, seriam quatro. Eu não
esqueço, Sr. Presidente, eu sou gremista e confesso que chorei, quando vi o
Inter perder por 3X0 para o Zequinha! Que maravilha! Que grande vitória, jamais
vou esquecer, Sr. Presidente, pode ter certeza absoluta! Se necessitarem de qualquer
coisa, este Vereador estará à disposição do Clube Zequinha sempre.
Quero também agradecer, João Bosco, ao Sr.
Presidente, pois duas vezes vocês nos cederam o estádio e nos acolheram. Muito
obrigado, Presidente, muito obrigado à Direção do Zequinha, por nos deixar
jogar bola no estádio de vocês. Esses rapazes jogam muita bola; nós,
Vereadores, fomos lá, ganhamos uma e empatamos outra.
O Sr. João
Bosco Vaz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sr. Presidente,
quero saudar o amigo Conceição, o ex-Presidente, hoje Diretor de Árbitros da
Federação, Luiz Fernando; o Maneca, a Anita, a Dalvinha e dizer que é uma história desse Clube. Estive, no sábado,
participando do jantar em homenagem ao aniversário, juntamente com o
Presidente, que lá estava, assim como o Paulinho Rubem Berta, que propõe esta
homenagem, e com o Ver. Mauro Pinheiro também. O único erro do São José foi
emprestar o campo para os Vereadores, porque estragaram a grama toda,
Presidente!
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador Brasinha,
quero primeiro saudar o Ver. Paulinho Rubem Berta por esta iniciativa, uma
excelente iniciativa, Ver. Paulinho Rubem Berta; agradeço ao Ver. Brasinha por
este espaço e cumprimento o nosso Presidente, o Sr. José Paulo Conceição. Nós
também estivemos, no sábado, naquela bonita festa dos 97 anos do Zequinha. Nós,
moradores da Zona Norte, não poderíamos deixar de estar lá e dar os parabéns ao
Presidente e a todas as demais autoridades. Desejo que continuem assim, com a
maior torcida, porque todos os torcedores do Inter e do Grêmio têm como seu
segundo time o Zequinha. Portanto, o Zequinha tem a maior torcida de Porto
Alegre. Parabéns, Presidente!
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo
aparte, Vereador. Uma saudação ao nosso Presidente e cumprimentos ao Ver.
Paulinho Rubem Berta por essa justa homenagem, que é mais significativa ainda,
porque vem de um conjunto habitacional popular, e o nosso Zequinha é um Clube popular
na Zona Norte. Eu tive a satisfação de presidir a entidade dos empresários, a
Associação dos Empresários da Zona Norte, a Assonorte, por alguns anos e quero
dizer que Assonorte, a Associação do Rubem Berta, o Clube Comercial
Sarandi, o Lindoia e o Zequinha expressam aquilo que tem de pujante na Zona
Norte. O Zequinha tem a simpatia, o meu primeiro time é o Zequinha, Ver.
Brasinha, o segundo é o Grêmio. Então, eu tenho a alegria de torcer por este
time, porque ele tem uma história. Quando eu cheguei em Porto Alegre, lá pelos
anos de 1972, 1973, eu fui lá, quando estava lá o Gilnei, estava lá um pessoal,
e eu era um gurizinho lá do Interior, jogando uma bolinha. Então, meus
cumprimentos, principalmente, pela força que vocês têm de manter esse time na nossa
Zona Norte.
O Sr. Airto
Ferronato: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Caro Ver. Brasinha,
quero cumprimentar e fazer a nossa saudação especial ao Presidente Conceição,
aos demais componentes da Mesa, ao nosso Presidente da Casa e dizer que Porto
Alegre hoje traz aqui para a Câmara, a Casa do Povo de Porto Alegre, uma
referência do Município, que é o futebol de Porto Alegre. E o futebol de Porto
Alegre se expressa pelos dois maiores times de futebol. Mas, como aqui já foi
dito, o futebol gaúcho de Porto Alegre tem também uma marca quase centenária,
que é o nosso Esporte Clube São José. Também morei ali por perto durante muito
tempo, estive acompanhando muitos jogos por ali e quero dizer que é uma
homenagem de Porto Alegre ao nosso querido time de futebol, clube de futebol
que é o nosso Esporte Clube São José. Então, trazendo nossa saudação, nossos
parabéns pelos 97 anos de vida do nosso time, cumprimentando o Ver. Brasinha,
que nos dá esse aparte, e o Ver. Paulinho Rubem Berta, que propicia esta
homenagem que, repito, é uma homenagem de Porto Alegre ao nosso querido Esporte
Clube São José. Obrigado.
O Sr. Dr.
Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Brasinha, já
agradecendo pelo aparte, também gostaria de dizer da minha satisfação de ter
aqui o São José, como gaúcho, como porto-alegrense nato, como alguém que já
militou também na área do futebol, joguei várias vezes, tive a oportunidade de
usufruir daquele campo que hoje é maravilhoso, naquela época já passava por alguns
problemas, vamos dizer assim, isso é sinal que as diretorias que vêm vindo vêm
qualificando, e vocês estão aqui dando prova disso. Eu, que milito muito na
área da Saúde da Zona Norte, certamente, tem tudo a ver com o futebol, com o
esporte, e desejo muita saúde para o São José, para todos nós nesses 97 anos.
Que nós estejamos aqui para festejar, em breve, o centenário do São José. E,
unidos, vamos trabalhar pelo esporte, pois o São José já faz isso há muito
tempo por todos nós, especialmente por Porto Alegre.
O Sr. DJ
Cassiá: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Brasinha, quero aqui dar os parabéns ao São José, quero, principalmente,
parabenizar o proponente, o Ver. Paulinho Rubem Berta, parabéns por esta
homenagem justa, porque se fala muito no tricolor e no colorado, e o senhor
virou isso aí tudo. O senhor hoje, homenageando um time de futebol popular, um
time de futebol que tem uma raiz cravada dentro de uma comunidade, ou dividindo
comunidades na Zona Norte, está de parabéns, e parabéns ao São José. Eu torcia
pelo 14 de Julho, de Itaqui. Como não existe mais, eu torço pelo São José. Eu
sou Grêmio e sou São José. Parabéns! Obrigado, Ver. Brasinha.
O SR. ALCEU
BRASINHA: Obrigado, Ver. DJ Cassiá. Volto a agradecer ao meu querido irmão, Ver.
Paulinho Rubem Berta, por fazer esta grande homenagem. O único defeito que o
Ver. Rubem Berta tem é ser colorado. Mas lembrou bem e veio fazer uma homenagem
a um clube, a um time que eu admiro tanto. São 97 anos, Presidente. Quem sabe aos
100 anos o Clube nos dá um presente de ganhar a Copa Brasil, para que possamos
ver o Zequinha jogando uma Copa Libertadores da América? Será uma grande honra
para Porto Alegre, para o Rio Grande torcer pelo Zequinha! Longa vida para o
Zequinha, nós gostamos e amamos de verdade o Zequinha. Viva o Zequinha! Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Sr. José Paulo Conceição Fernandes, Presidente
do Esporte Clube São José, está com a palavra.
O SR. JOSÉ
PAULO CONCEIÇÃO FERNANDES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, demais integrantes da Mesa, público e representantes do São José
que se fazem presente nas galerias; V. Exas talvez possam mensurar o
quão importante e significativo está sendo ocupar este espaço. Quero,
rapidamente, falar do nosso Esporte Clube São José, o Zequinha da Zona Norte,
que, desde a sua criação, teve uma longa história de dificuldades para
manter-se entre a elite do futebol gaúcho. Mas isso só veio alavancar cada
dirigente, cada simpatizante, cada colaborador a continuar acreditando no
futuro deste clube.
Como exemplo de dedicação, cito a
homenagem que prestamos, por ocasião das comemorações do nosso aniversário, à
família de Walter Raabe, já falecido, que, juntamente com mais cinco amigos,
peregrinou pela Cidade na busca de um campo para jogar futebol. Essa
peregrinação ficou apelidada de via sacra, porque, primeiro, começaram numa
chácara, onde hoje é o Hospital Militar; depois, foram para a rua Frederico
Mentz, onde uma enchente carregou tudo que tinham. Voltaram para a chácara até
arrumar um novo lugar. Conseguiram um lugar atrás da Igreja São Pedro, porém a
construção de um loteamento retirou-os de lá. Para não fechar o departamento de
futebol, conseguiram treinar na Baixada do Grêmio, onde hoje é o Parcão. Como
não permitiram que ficassem muito tempo por lá, conseguiram um campo onde hoje
é o Hospital de Clínicas, e, novamente, outro loteamento os impediu de ficar.
Voltaram para o bairro São João, e aí surgiu a construção da Vila dos Industriários.
Finalmente, em 1940, puderam inaugurar o próprio estádio, tendo o Grêmio como
adversário. Nesse dia, o acontecimento parou a Cidade. Mas isso só foi possível
porque Walter Raabe e seus amigos compraram e doaram a área necessária à
instalação da atual praça de esportes do São José, num gesto de dedicação e
amor ao clube.
Hoje, 97 anos de existência e uma linda história de
dedicação, trabalho árduo e vontade de continuar vencendo fazem o Zequinha,
ousadamente convicto do que representa, ser chamado de “o mais querido da Zona
Norte, o mais simpático do Rio Grande do Sul", considerando-se o segundo
clube do coração. Não há quem não tenha, direta ou indiretamente, se envolvido
com o seu nome e com ele simpatizado, servindo, muitas vezes, de ponto de
referência na Zona Norte. Quando uma pessoa quer se localizar no bairro, o
Zequinha é citado, e a pessoa já sabe se localizar.
Muitos jogadores que se projetaram
profissionalmente, ou iniciaram ou passaram pelo São José. Alguns Vereadores já
manifestaram e eu gostaria de repetir: Osvaldo Rolla, o Foguinho; Enio Andrade,
Airton Pavilhão, Bodinho, Luizinho, Carlos Vasques e Carlos Miguel, o pai; o
Deputado Cássia, Cláudio Mineiro, Dorinho, Gilberto Tim, João Alberto, Luiz
Luz, Luiz Eduardo, Pinga, Luiz Carlos Winck, Tarciso, Careca, que estava no
Napoli, companheiro do Maradona, e muitos outros. Por lá passaram também muitos
treinadores, como Ernesto Guedes, Chiquinho, Luiz Freire e outros, que
colaboraram para o engrandecimento do São José.
O São José foi o primeiro time sul-americano a
viajar de avião, num hidroavião da Varig, chamado Atlântico. E se vangloria
desse feito, sim, porque, no dia 5 de junho de 1927, dirigiu-se à cidade de
Pelotas, numa viagem que durou duas horas e trinta minutos. E isso está devidamente
registrado na FIFA.
Finalizando, Sr. Presidente, Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores, honrados pelo espaço que nos foi concedido,
desejo, publicamente, agradecer ao Exmo Sr. Ver. Paulinho Rubem
Berta pela proposição desta homenagem que muito nos honrou. Depois quero passar
as suas mãos uma revista histórica que conta um pouco da nossa caminhada. Em
nome do Esporte Clube São José, recebam todos o nosso muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Agradecemos a presença das senhoras e dos senhores
e damos por encerrada esta homenagem. Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h29min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro - às 15h31min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem, lideranças comunitárias
presentes, representantes do pequeno comércio da cidade de Porto Alegre,
Conselheiros do Orçamento Participativo, eu gostaria de, neste tempo de
Liderança, tratar de um tema muito polêmico. E nada melhor do que um dia após o
outro para que a justiça seja exercida. Hoje foi anunciada a sentença do processo
do Estado do Rio Grande do Sul contra a Montadora Ford (Lê.): “A sentença de 1º
grau julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE a Ação Ordinária ajuizada pelo Estado do Rio Grande do Sul
contra a FORD Brasil Ltda. para o efeito de DECLARAR RESCINDIDO o contrato
celebrado entre as partes objeto da presente demanda, por inadimplemento
contratual da ré e CONDENAR a ré na restituição ao autor dos seguintes valores
(...).”
Portanto, quero trazer este debate, prezada
Fernanda, como um reparo que está sendo feito, porque, naquele momento de
disputa política, todos os Partidos que eram oposição ao então Governador
Olívio Dutra usaram a imprensa, usaram as tribunas e disseram, no Rio Grande do
Sul, que a Ford tinha sido mandada embora por um Governo popular. A Justiça
repara isso agora e condena a Ford, em primeira instância, a restituir os
cofres públicos do Rio Grande do Sul em três condenações: a primeira, de 42
milhões de reais; a segunda, de 92 milhões; e a terceira, de 33 milhões,
totalizando 169 milhões de reais, valor que a Ford deverá restituir aos cofres
públicos do Rio Grande do Sul, por não ter cumprido o acordo que o então
Governador Olívio Dutra assinou para que a Ford se instalasse aqui no nosso
Estado, em Guaíba.
E aí, colegas
Vereadores e Vereadoras, é a Justiça que está determinando isso. Não é mais só
um embate político e o uso fácil das tribunas para dizer que foi o PT ou o
Olívio que mandou a Ford embora. A Justiça está aqui, Ver. João Bosco Vaz!
(Mostra documento.) Se o senhor não viu, reconheça a devolução para os cofres
públicos do Estado do Rio Grande do Sul do prejuízo que essa companhia deu ao
nosso Estado -169 milhões de reais, e a Ford foi declarada responsável por ter
rescindido o contrato para implementar ali no outro lado, em Guaíba, uma
fábrica. Fato esse que GM não fez e implantou – inclusive no Governo
administrado pelo nosso Partido - lá em Gravataí, e Gravataí é um outro
Município, hoje, no seu desenvolvimento, no seu potencial. Portanto, eu trago
esse tema novamente aqui, para dizer que acreditamos sempre naquela velha
premissa: a Justiça pode tardar, mas não falha. E aqui estão os documentos para
todos os colegas que queriam ver e analisar. São 169 milhões de reais que a
Juíza determina que a Ford reembolse aos cofres públicos do Rio Grande do Sul
por ter rescindido o contrato e ido para a Bahia, numa disputa errônea da
política do Governo Fernando Henrique naquele momento. Um grande abraço.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, estudantes da Escola La Salle que
hoje vêm acompanhar uma Sessão Plenária, sejam bem-vindos, a juventude aqui
acompanhando a política! Venho a esta tribuna para debater uma pesquisa que
saiu ontem sobre a situação carcerária no Estado do Rio Grande do Sul. Uma
pesquisa que tem que fazer com que os governantes - principalmente no momento
em que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul foi negligente em muitas
questões da Segurança pública - reflitam sobre a transversalidade do problema
da violência, do aumento da criminalidade, da drogadição.
A pesquisa nos mostra, Ver. Todeschini, um aumento
de 117% da população carcerária - dezessete vezes mais do que cresceu a
população do Rio Grande do Sul neste período. E os dados – comentava ontem
mesmo com o Ver. Pedro Ruas – nos chocaram, quando analisamos o corte de renda,
de classe social, de escolaridade e de condições de vida, mostrando
que o problema está diretamente vinculado à reprodução e ao aprofundamento da
desigualdade social.
A maior parte dessa
população carcerária que aumentou 117% está entre o analfabetismo e o Ensino
Fundamental incompleto. Pessoas que ganham – quero mostrar a pesquisa à qual
estou me referindo (Mostra o recorte de jornal.) -, em geral, menos de um
salário mínimo e que reincidem no crime justamente pelas péssimas condições que
existem nos presídios e pela falta de políticas públicas de reinserção dessa
comunidade carcerária na sociedade. Na mesma edição, na capa, estava-se
discutindo a questão da educação, perguntando sobre a qualidade do professor. E
eu me pergunto se o questionamento não estaria errado, Verª Juliana Brizola.
Será que não temos que perguntar sobre a qualidade dos Governos que fazem com
que um professor ganhe 350 reais de salário-base, por vinte horas de trabalho?
Será que não temos que questionar a responsabilidade de um Governo que fechou
122 escolas no Rio Grande do Sul? Que fechou turmas e colocou mais de cinquenta
alunos, crianças e adolescentes, numa sala de aula, com só um professor para
acompanhar a situação de aprendizagem desses alunos? Será que não temos que nos
perguntar sobre a qualidade de um Governo que investiu menos do que aquilo que
manda a Constituição? E, Ver. João Dib, que cortou um bilhão de reais da
Educação gaúcha? Será que nós não temos que nos perguntar, quando aumenta a
criminalidade, qual é o caminho para resolver esses problemas? Porque o caminho
da repressão, o caminho tradicional tem sido feito e debatido, ainda que os
trabalhadores da Segurança recebam um salário pequeno, não tenham viaturas e
não tenham condições de trabalho.
Mas será que, para
discutir Segurança, nós não temos que discutir a necessidade de investir na
escola de turno integral, para aparecer para a juventude, desde cedo, uma
alternativa no contraturno escolar, de cultura, de esporte,
de lazer, antes das gangues do narcotráfico? Será que nós não temos que ter uma
política radical de geração de empregos para não deixar que os pobres, os
miseráveis se envolvam com a criminalidade, sendo essa, muitas vezes, a única
forma de sobrevivência? Por isso essa reportagem é emblemática. É necessário
colocar o problema da Segurança como um problema transversal num País de
extrema desigualdade, onde dez por cento da população controla oitenta por
cento da renda. Um debate para reflexão e, sobretudo, para políticas públicas.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Registramos a
presença neste plenário, participando do projeto Sessão Plenária do Estudante,
vinte e cinco alunos do Ensino Médio da Escola La Salle São João, acompanhados
pelos Professores Daniele Lopes e Daniel Piccinini. Essa atividade faz parte do
Projeto de Educação Política que o Memorial desta Casa desenvolve com as
escolas da cidade de Porto Alegre. Saudamos, então, a presença da Escola La
Salle São João. (Palmas.)
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Ver.
Mario Manfro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu
acho que o homem tem direito de refletir, de repensar, de se enganar e até de
se esquecer de algumas coisas. O que ele não pode - nenhum de nós tem o direito
- é tentar desenterrar um osso, desenterrar um cadáver e fazer de conta que
esse cadáver foi bem morto por alguém. Eu falo do “cadáver” da Ford, do Sr.
Olívio Dutra e do Comassetto.
O PT não só mandou
embora a Ford, sim, senhor, Sr. Comassetto, e o senhor vem aqui se exibir com
uma devolução de dinheiro da Ford, se ela tem que devolver
mesmo, isso fazia parte de um contrato que o Olívio Dutra quebrou. Ela tinha
que devolver e tem que devolver quando não cumpre um contrato. Mas era um
contrato de pessoas que pensavam pequeno, e muitos continuam pensando. O bom é
que a maioria, grande parte do PT já evoluiu um pouco nisso, mas alguns teimam
em pensar pequeno, em pensar no atraso.
O PT e o Olívio Dutra
não mandaram só a Ford embora, mandaram embora milhares de empregos, mandaram
embora dezenas de empresas e fizeram com que muitas não viessem para cá em
função desse desastre que foi o Sr. Olívio Dutra na economia do Rio Grande do
Sul. Olívio Dutra e o PT ceifaram a esperança de um desenvolvimento,
desenvolvimento que ficou parado por muitos anos, até conseguirmos ter
novamente a credibilidade de investidores. Mandaram embora os impostos que hoje
estão fazendo falta, Verª Fernanda, a senhora, que se referia a cuidar da
Segurança num sentido mais amplo, de políticas públicas. Esses impostos o PT
mandou lá para a Bahia, que está se desenvolvendo muito bem, obrigado, a tal
ponto de o Prefeito de Camaçari usar a figura do Olívio Dutra como grande
aliado da Cidade. Ganharam a eleição em função disso, dizendo que o PT tinha
jeito para Camaçari desde o Rio Grande do Sul.
O Governador Olívio
Dutra disse, na sua campanha política, que não venderia um parafuso do Rio
Grande. Ele tinha razão: ele vendeu a fábrica, para não vender um parafuso, ele
já vendeu a fábrica toda, e nós estamos sentindo a falta de outras montadoras
que são bem-vindas em todo o mundo, que geram empregos. Em Gravataí, a
Prefeitura é do PT há muitos anos, e se viu a diferença que deu na economia, na
construção de casas populares, na construção de escolas, no saneamento de
Gravataí, em função dos empregos, em função do capital, em função da
arrecadação que a GM dá lá. Mas, não, o Partido do Ver. Comassetto mandou
embora tudo isso. E, por não ter vindo a Ford, acabaram não vindo outras
empresas. Em alguns anos, vamos ter que voltar atrás e trazê-las novamente,
dizendo: “Olha, a mentalidade mudou. São poucos os que pensam como o Ver.
Comassetto.” Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra em Comunicações.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver.
Mario Manfro; Vereadores, Vereadoras, alunos que nos acompanham, venho aqui
para falar também em nome do meu Partido, do Ver. Comassetto, nosso Líder, para
contestar as palavras da Liderança do PMDB. Ver. Cecchim, em 13 de fevereiro de
2000, tanto o Governo do Estado, à época, Olívio Dutra, como a Prefeitura de
Guaíba entraram com uma ação contra a Ford, o que levou, ainda em primeira
instância, a uma condenação da empresa de devolver 167 milhões de reais aos
cofres públicos do Estado do Rio Grande do Sul. A decisão foi proferida pela
Juíza Lílian Cristiane Siman, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre,
recentemente. (Lê.): “Na decisão, a magistrada reconhece que a Ford foi
responsável pelo rompimento do contrato e que o governo cumpriu todos os pontos
previstos no contrato firmado ainda em março de 1998. Naquela época, foram
investidos valores em obras de infraestrutura na área onde seria instalado o
complexo industrial e em outras despesas em torno do projeto. (...) Conforme a
sentença, antes mesmo da conclusão dos trabalhos da Cauge, a Ford já havia se
retirado do empreendimento por iniciativa própria, anunciando a ida para a
Bahia, sem encerrar tratativas oficiais com o governo da época.” Vejam, isso
está no site do jornal Zero Hora de
hoje.
Tenho aqui um resgate
do jornal virtual Sul 21, de hoje também. Diz aqui (Lê.): “...’para viabilizar
a instalação da Ford na Bahia, o Deputado Federal José Carlos Aleluia (PFL-BA),
relator da MP nº 1.740, que tratava de ajustes no sistema automotivo
brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência
do Regime Especial do Nordeste.’ Foi aprovado o projeto por voto simbólico das
bancadas, transformando-se em lei, no dia 29 de junho de 1999.” Isso foi
alterado numa legislação que já estava vencida há dois anos.
E vejam aqui a
confirmação, através do blog do DEM
de hoje - blog do Democratas. Quem diz não somos nós, é o próprio DEM (Lê.): “Quem
não se lembra que ACM ameaçou romper com o então presidente Fernando Henrique
Cardoso, caso o governo federal não ajudasse que a Ford fosse instalada na
Bahia, como de fato aconteceu?”
Vejam só, eu tenho
aqui três documentos comprobatórios: de uma condenação judicial, em primeira
instância, para devolução de recursos; eu tenho aqui um resgate do jornal
Gazeta Mercantil, de 2001; e o blog
do DEM, dizendo que, se não fosse a ação de ACM, inclusive com ameaça de
rompimento com o Governo FHC, a Ford não teria ido para a Bahia.
Quem não se lembra de
como isso foi utilizado, à exaustão, pela grande imprensa gaúcha, pela
Assembleia Legislativa, pelos algozes e opositores do Governo Olívio Dutra,
para desgastar o Governo da Frente Popular, liderada aqui pelo então Governador
Olívio Dutra? É importante que se tenha isso, porque foi orquestrado um jogo
poderoso, um jogo cruel, um jogo impiedoso, que jogou o Rio Grande do Sul lá
para o último lugar, assim como aconteceu com a CPMF, em que não se hesitou em
prejudicar todo o povo brasileiro na Saúde. Também a oposição a Olívio Dutra
aqui fez de tudo para prejudicar não o Governo Olívio, mas para prejudicar o
Rio Grande, para prejudicar a nossa economia! Isso aconteceu, e os responsáveis
estão aí. Agora, a verdade vem à tona. Um abraço a todos. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver.
Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Quero fazer
uma saudação ao Ver. Mario Manfro, aos Vereadores e Vereadoras; o tema que
pretendo abordar nesta Sessão retrata alguns dos inúmeros depoimentos, Ver.
Toni, que nós recebemos por e-mail,
ao encontrar o cidadão porto-alegrense nas ruas da Capital e, nas sinaleiras,
quando nós encontramos pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social.
O jornal Zero Hora,
na semana passada, trouxe uma pesquisa realizada pela ONG Centro de Estudos de
DST-Aids do Rio Grande do Sul que abordava justamente uma matéria tão grave na
vida da Cidade e na vida do Brasil que é o uso do crack, a forma com que ele vem deteriorando as famílias, as pessoas
e a própria sociedade como um todo. E ali, Ver. Toni, retratava que 72,5% dos
nossos moradores de rua, em Porto Alegre, são dependentes químicos do crack, sendo que 39% desses são jovens e
adolescentes, Ver. Brasinha. Isso significa o quê? Imediatamente, um aumento na
violência da Cidade, mas, também, uma futura geração de jovens meninos e jovens
meninas que não terão a menor condição psicossocial na formação, tanto por
falta de nutrientes quanto pela gravidade do uso do crack. Sequer saberemos se eles poderão ter uma vida adulta, por
força da violência que tem essa droga no dia a dia e no impacto da
criminalidade.
Mas o que me
assustou, Ver. Mario, é que o uso do crack
está imediatamente vinculado à promiscuidade, e não somente à promiscuidade
sexual, mas à promiscuidade da violência nata, da violência exposta, de
vitrine. Quarenta e três vírgula seis por cento admitiram assaltar em função,
Ver. Paulinho Rubem Berta, do uso do crack,
da necessidade dessa droga. Trinta e nove por cento afirmaram que tinham
relações sexuais, e existem bolsões, Ver. Luiz Braz, de pobreza na Cidade em
que a prostituição infantil e adulta se dá só por força dessa droga. Vinte e
sete por cento fizeram ou fazem sexo para conseguir manter o vício com a droga.
Vocês imaginem a gravidade que isso reflete no cenário urbano da Capital.
E o motivo desta
abordagem não é somente a pesquisa realizada pelo jornal Zero Hora, pela ONG
DST-Aids. O motivo que me trouxe aqui para tratar deste tema é a forma com que
eu tenho visto a exposição da família porto-alegrense a essa droga, e para
buscar, neste Plenário, a indicação de alguns Partidos para a composição de uma
Comissão Especial a fim de tratar dos moradores de rua, a fim de tratar a forma
e a quem de direito podemos buscar, entre a sociedade civil e o Poder Público,
para imediatamente coibir o alto índice, Ver. Oliboni, de 72,5% de usuários na
condição de moradores de rua.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Maurício,
parabenizo V. Exª pelo seu pronunciamento a respeito de políticas que venham
combater a drogadição, mais precisamente o crack.
E quero dizer ao nobre colega que nós, enquanto Câmara, contribuímos aprovando
aqui, há uns 15 dias, um Programa Municipal de Combate ao Crack em Porto Alegre, criando essas parcerias com os Governos
Federal, Estadual e Municipal, mais precisamente para ampliar as
possibilidades, além da desintoxicação, de internação, abrindo vagas, nem que
sejam nas comunidades terapêuticas.
O SR. MAURÍCIO
DZIEDRICKI: E eu quero registrar isso, Ver. Oliboni, porque eu sei que o senhor é um
membro diligente desse assunto, mas quero dizer que não é somente em Porto
Alegre que acontece isso, nenhuma cidade está preparada para tratar do problema
do crack ainda, esse é o cenário que
nós temos visto. O Hospital Psiquiátrico São Pedro tem feito esforços, mas é o
único membro do SUS a receber os usuários do crack.
Então, para que essa Comissão proposta aqui pelo
Ver. Nilo Santos, do PTB, possa lograr êxito, eu acho que esta tem que ser a
pauta prioritária: um tratamento de qualidade, não esse que passa por sete
dias, Ver. Dr. Raul, ou, então, esse de 30 dias em comunidades terapêuticas. Há
necessidade de um enfrentamento, de continuidade na ação. Precisamos garantir
que os moradores de rua saiam da rua e recebam um tratamento de qualidade, com
acesso à Saúde, e, acima de tudo, que essas ações possam evitar o aumento da
criminalidade em Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações.
O SR. DR.
RAUL: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Vereadores, Vereadoras, todos que nos
assistem; sobre esse assunto do crack
realmente nós precisamos nos debruçar com maior força e intensidade. Aquelas
pessoas que já estão no vício do crack,
que têm uma reincidência muito grande, nós precisamos ampará-las, porque
sabemos que é muito difícil a sua recuperação. Isso passa pelas clínicas de
recuperação, passa pelas fazendas terapêuticas. Nós precisamos de uma
permanência mínima de noventa dias nas fazendas e que haja psiquiatras,
psicólogos, que são muito importantes para o acompanhamento dessas pessoas, e
também a participação de entidades que propiciem cursos de qualificação e
geração de renda. As pessoas saem de uma situação dessas e são colocadas
novamente na sociedade, muitas vezes, sem acompanhamento, motivo pelo qual
grande parte reincide. Precisamos que, uma vez saindo para a recuperação, sejam
constituídos grupos de apoio para o adicto e seus familiares, fechando esse
círculo e conseguindo, assim, a efetiva recuperação dessas pessoas.
Mas, meus amigos, hoje é o Dia Mundial Sem Tabaco,
dia 31 de maio. Sou médico e alguém ligado ao antitabagismo há mais de trinta
anos, tanto que fiz minha formação em uma enfermaria de cardiopneumologia na
Santa Casa de Misericórdia, comandada, então, pelo Dr. Mário Rigatto, que foi o
precursor e, até hoje, talvez o maior baluarte no combate ao fumo no nosso
Estado. Acho que está, realmente, na hora de a nossa sociedade avançar nessa
matéria, e avançar significa todos termos mais saúde. Não podemos compactuar
com que se fume, ainda, em ambientes fechados. Não há possibilidade, e isso vem
sendo colocado em todo o mundo. São Paulo é um exemplo, na pessoa do Ministro e
Governador José Serra, dessa preocupação efetiva com a questão do fumo.
Nós sabemos que, entre as causas de mortalidade
previsíveis, o fumo passivo é a terceira. Então, morre uma infinidade de
pessoas em função do fumo passivo em ambientes fechados, e isso nós podemos,
realmente, evitar. Não podemos também compactuar com fumódromos, porque sabemos
que são parciais, pois, ao reunirem fumantes num ambiente fechado, todos ao
mesmo tempo, a exaustão não é efetiva. Aos que dizem que a exaustão é efetiva,
lembro daquela série do Zorro, em que se dizia: “Só quando o Sargento Garcia
prender o Zorro.” Então, talvez só tenhamos um fumódromo eficaz - onde, por
exemplo, o garçom que vai servir não seja contagiado pelo fumo - quando “o
Sargento Garcia prender o Zorro”. Temos que fazer com que a sociedade avance
nesse sentido. Sabemos que 88% das pessoas são favoráveis a que, realmente, não
se fume em qualquer tipo de ambiente fechado. E, numa pesquisa feita entre os
próprios fumantes, 70% deles são favoráveis a que não se fume em ambientes
coletivos fechados, sejam eles privados ou públicos.
Hoje é um dia importante também aqui na Casa, pois
teremos, a partir das 18h, uma Audiência Pública para discutir essa matéria, e,
em especial, um Projeto de minha autoria e do Ver. Beto Moesch, para que haja
fiscalização e penalização maiores em Porto Alegre e para que não aceitemos
fumódromos. Temos avançado nesse tema, mas acho que ainda vamos avançar muito
mais. Muito obrigado e saúde para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; ilustres
colegas Vereadores, retorno a esta tribuna, num primeiro momento, para fazer
uma grande saudação ao empenho de uma comunidade. Falo, em especial, da
comunidade da Boa Vista, que fica situada entre os bairros Lami e Belém Novo.
Apesar das dificuldades, apesar da dificuldade de acesso à Saúde, hoje aquela
comunidade está brindada com o início externo das atividades do PSF Boa Vista,
nome que aquela comunidade escolheu para aquele local de atendimento. É uma
região, nós que trabalhamos lá há mais de dez anos, bastante distante, fica
entre o Lami e Belém Novo. Contou, para a construção desse projeto e desse
sonho, com a participação de diversos Vereadores que estão aqui, da situação e
da oposição, Ver. Engenheiro Comassetto, e é com muita alegria que vemos
concretizado esse sonho que, certamente, vai melhorar muito a saúde daquela
comunidade.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Dr. Thiago, agradeço-lhe o aparte e gostaria de dizer que esta
Câmara teve um papel fundamental naquela conquista. Em 2006, quando veio o
Projeto para votação da mudança do regime para regularizar a Ecoclin, aí dessa
tribuna, levantamos que deveria haver uma compensação para a Cidade. Fizemos um
acordo, a empresa veio até a Câmara, assinou um protocolo, junto com o Fórum de
Planejamento, aceitando construir o posto de saúde lá na Boa Vista. Só
lamentamos que tenha demorado quase dois anos para o projeto ser apresentado
para, a partir daí, a empresa poder construir essa conquista que é da
comunidade. Um grande abraço.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Muito obrigado pela colaboração, Ver. Engenheiro
Comassetto. Quero dizer que, realmente, é assim que se possibilita à comunidade
construir um caminho melhor, uma saúde melhor, com a colaboração de todas as
matizes, tanto as matizes políticas como as ideológicas, e é certamente nessa
tônica que o Prefeito José Fogaça tem se notabilizado.
O Sr. Dr.
Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Dr. Thiago,
gostaria de também me somar a essa conquista da comunidade e dizer que nós, na
Comissão de Saúde e Meio Ambiente desta Casa, da qual V. Exª também faz parte,
desde 2007, quando na presidência, acompanhamos, fizemos várias diligências
naquele local, e acho que também contribuímos para que isso esteja se
materializando.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Sem dúvida nenhuma, Ver. Dr. Raul. Então, gostaria
de saudar a comunidade da Boa Vista, saudar a comunidade do Lajeado, do Lami,
de Belém Novo. Certamente, a partir de hoje, com a ação desse PSF, nós teremos
uma melhor assistência à saúde no nosso bairro.
Quero também voltar a ressaltar algumas
preocupações. Fiz o registro pertinente possível, ressaltando o trabalho da
Secretaria da Saúde, mas faço a crítica também. Quero ressaltar a minha
preocupação com relação à troca, à remoção de servidores ex officio dentro da Secretaria da Saúde. E quero, desta tribuna,
solicitar novamente ao Secretário Carlos Casartelli que verifique e reverifique
essas modificações. Isso nunca foi feito nesta gestão, tanto com o Prefeito
Fogaça, quanto com o Prefeito Fortunati, e é importante que tenhamos atenção
com esses colegas, com esses trabalhadores da Saúde, independentemente do cargo
e função, para que eles, efetivamente, possam desenvolver de forma satisfatória
o seu trabalho, desenvolver de forma harmônica o seu trabalho, para que eles
possam dar o melhor potencial de si e não serem removidos ex officio... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Toni Proença está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.
O SR. TONI PROENÇA: Sr.
Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, atentamente ouvi a manifestação do Ver. Dr. Thiago Duarte
a respeito do Posto de Saúde da Boa Vista, resultado de uma contrapartida da
Ecoclin - foi uma luta da Câmara de Vereadores e também da Prefeitura fazer com
que a Ecoclin se instalasse naquela região. Vejam que, quando se constrói com
harmonia a atração do investimento, Ver. Aldacir Oliboni, se podem conquistar
não só os empregos e os impostos que advêm desse investimento, mas também uma
contrapartida social que beneficie toda a comunidade. A comunidade da Boa
Vista, que fica ali entre o Lami e o Belém Novo, há muito ansiava por um
atendimento num posto de saúde, e isso foi possível graças à atração da Ecoclin,
que é uma lavanderia industrial, para aquela área. Foi um investimento privado,
mas que terminou, pela ação da Prefeitura, da comunidade e desta Câmara de
Vereadores, estabelecendo uma contrapartida que veio resolver e atender a um
velho anseio da comunidade.
O Sr. Aldacir
José Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre colega, Ver.
Toni Proença, quero parabenizá-lo pela manifestação a respeito da sua
preocupação com relação à Saúde. Eu estava lembrando, realmente, há mais de
dois anos, três anos, nós fazíamos aqui as primeiras reuniões dessa parceria
com a Ecoclin, exatamente para sair mais essa unidade de saúde naquela região,
o Extremo Sul. Nós percebemos, Ver. Toni, que é importante essa parceria, até
porque o Município está um pouco lento, eu diria, em outras questões que são
fundamentais. São inúmeras unidades de saúde que estão esperando a
implementação de um projeto de lei ligado a verbas de Parlamentares que estão
em todos os Partidos, inclusive, direcionando recursos para Porto Alegre. Esse
departamento, dentro da SMS, está muito lento. Acho que cabe aqui um apelo,
como esse que nós fizemos com relação à Ecoclin, para que o Governo agilize,
porque, assim acontecendo, a população terá um atendimento mais rápido, mais adequado,
por cada região. Tenho certeza disso, e é importante também a nossa
manifestação.
O SR. TONI
PROENÇA: Bem lembrado, Ver. Aldacir José Oliboni. O próprio PPS destinou uma
Emenda do Deputado Federal Nelson Proença para a construção de um PSF na Vila
Divineia, que também é um anseio antigo da comunidade e que já está aprovado. O
Ver. Idenir Cecchim sabe bem do que estou falando, da dificuldade que há na
aprovação das emendas, da dificuldade na construção do projeto, são projetos
sempre difíceis, e também da dificuldade na liberação, depois, dos recursos das
emendas. E nós tivemos, lá na Vila Divineia - Ver. Dr. Raul, o senhor que é
militante da Saúde -, a contemplação de uma verba que pode construir o PSF. Tem
razão o Ver. Aldacir José Oliboni, muitas vezes a própria aprovação do projeto,
ou a execução do projeto, atrasa não só as contrapartidas, como também a
liberação das emendas.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Toni
Proença. Eu vejo que aqui há o interesse de todos os Vereadores, independente
de Partido, e isso é muito salutar. Nós temos a demora na aprovação e temos um
assunto grave. Eu já conversei com o meu conterrâneo de Nova Prata, o Colla, da
Caixa Federal, pois a Caixa Federal está se demonstrando uma verdadeira
tranca-ruas nas emendas. Exige a conta-gotas. Ela pede uma relação de
documentos e, quando esses documentos são entregues, ela pede outros e depois
outros documentos. Então, a Caixa acaba sendo a maior tranca-ruas dessas emendas.
O Deputado Proença também passou uma emenda para se construir um outro centro
na Zona Norte, e a dificuldade é não só aprovar o projeto, mas também liberá-lo
na Caixa Federal. Acho que temos que fazer um mutirão, já que todos os Partidos
estão interessados e não há disputa partidária nisto aqui, para irmos todos à
Caixa Econômica Federal pedir que eles ajudem, principalmente, nesses projetos
que cuidam da Saúde, por exemplo. Obrigado.
O SR. TONI
PROENÇA: Obrigado pelo aparte. Obrigado a todos... (Som cortado
automaticamente por limitação de tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Encerrado o período de Comunicações.
Havendo quórum, passamos à
Apregoamos Requerimento, de autoria do Ver. João
Antonio Dib, Líder do Governo, que solicita incluir na Ordem do Dia, por força do art. 81 da
LOM, o PLE n° 010/10.
Apregoamos
Requerimento, de autoria do Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, que
solicita incluir na Ordem do Dia, por força do art. 81 da LOM, o PLE n° 009/10.
O SR. PEDRO RUAS: Um esclarecimento que me parece
imprescindível, Sr. Presidente. Com relação aos Projetos para os quais é pedida
a aplicação do art. 81 da LOM e a votação nesses termos, eu peço à Mesa que,
além de dizer o número do Projeto, leia a sua ementa, para sabermos do que se
trata, porque é o art. 81, e é o Líder do Governo quem pede. É nesse sentido.
Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Defiro, Ver. Pedro Ruas, nós vamos ler as
ementas. Mas os Requerimentos não serão votados, apenas apregoamos os
Requerimentos e, em breve, faremos a leitura das ementas.
O SR. LUIZ BRAZ (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro, até por
causa de todas as pressões que estão sendo feitas - peço desculpas ao Líder do
Governo, o Ver. João Antonio Dib, a quem prezo muito -, que o PLCL nº 008/10,
de minha autoria, que está em terceiro lugar, seja votado em primeiro lugar
hoje. (Palmas.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, primeiro, é absolutamente
legítima e regimental a inversão da ordem de votação. Eu só quero dialogar com
os meus Pares e dizer que esta matéria repercute na vida da Cidade como um
todo. Ela faz mudanças urbanas em um Projeto de Lei que tem menos de 30 dias
nesta Casa.
O
que sugeri ao Ver. Luiz Braz e agora sugiro coletivamente é que esta matéria
tenha um prazo de dez, quinze ou vinte dias, mas acho que ela tem que ter uma
discussão mais profunda, é o que eu penso. Respeito profundamente opiniões em
sentido oposto, mas proponho que não a votemos hoje. Assumo aqui o compromisso
de votá-la daqui a dois, três, quatro, cinco dias, fruto de uma discussão,
aliás, Ver. Pedro Ruas, como V. Exª sabe, pois falei com V. Exª para discutir
esta matéria, já era para ela ter sido discutida na Comissão de Justiça. Estava
marcado para amanhã, e foi desmarcado. Se dependesse da minha vontade, esta
matéria já teria sido enfrentada nas Comissões.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, dez, quinze dias é o
prazo que essa grande empresa que quer se instalar lá na Cavalhada precisa para
poder vencer a discussão que faz dentro do Plano Diretor. Então, com toda a
certeza, se nós não conseguirmos votar esta matéria agora, penso que vamos
causar um prejuízo muito grande para a Cidade. Quero dizer que este Projeto é
de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, do Ver. Mauro Pinheiro e deste
Vereador - de autoria da Casa, na verdade, porque a Casa legisla nessa direção
já há algum tempo. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Ver. João Antonio Dib.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, todo o mundo sabe que sou o Vereador mais antigo desta Casa.
Portanto, quando eu digo brincando que não faço parte da história, mas que
ajudei escrever a história, eu falo a verdade.
Hoje a Câmara se redimiria - e se
redime, sim - ao votar um Projeto de Lei autorizando a Prefeitura a fazer um
empréstimo de 454 milhões de reais. Há quase 40 anos, logo no início, quando eu
chegava a esta Casa, a Câmara deixou de aprovar a construção da elevada sobre a
Av. Mauá. Assim, foi criado o famoso “x” da rodoviária, que inferniza a vida de
milhares e milhares de porto-alegrenses diariamente. E, agora, nós colocamos em
primeiro lugar para votação
o Projeto do empréstimo. Eu acho que negar a colocação agora, neste momento, é
negar a responsabilidade que nós temos sobre todos os setores da Cidade. E eu
não vou nem falar nas passagens de nível da Perimetral que infernizam o resto -
se não estiver no “x” da rodoviária, estará na Perimetral. Então, me parece que
este tempo em que estamos discutindo se adiamos ou se trocamos as posições não
é válido. Nós temos responsabilidade com toda a Cidade, e a Cidade está dizendo
que precisa dessas obras. Como eu disse, uma dessas obras tem, pelo menos,
quase 40 anos. Eu estou aqui há 39 anos. Logo que aqui cheguei, não aprovaram o
contrato. Naquele tempo, a Câmara tinha que aprovar os contratos para a
realização das obras. Não aprovaram o contrato, e não se realizou a obra.
Também não negaram, apenas deixaram vencer o prazo!
Então,
eu acho que agora, neste momento, é a vez de nos redimirmos. Vamos votar, sim,
em primeiro lugar, como foi colocado na Mesa, hoje pela manhã, na reunião dos
Líderes. Saúde e PAZ!
O SR. PEDRO RUAS: Em primeiro lugar - e eu peço a atenção
do Líder do Governo aqui -, V. Exª tem razão. Esta votação tem de ser nos
moldes decididos hoje pela manhã. Em segundo lugar, é importante registrar que,
na nossa votação das Comissões, com Parecer Conjunto, insisti com os Vereadores
da Casa e com todas as Bancadas, Ver. Cecchim - todas as Bancadas -, e pediram
a votação do Parecer Conjunto aqui, todos são testemunhas, na quinta-feira.
Portanto, em relação ao Parecer Conjunto, Ver. Sebastião Melo, que teríamos
reunião na terça-feira, houve um pedido da Casa, um acordo das Lideranças da
Casa.
Com
relação ao Requerimento de hoje, obviamente, o Ver. João Dib tem razão. Mas,
com relação à votação sem a reunião de terça-feira, foi decisão unânime das
Lideranças da Casa. Obrigado.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, quero aqui, em nome da
nossa Bancada, o Partido dos Trabalhadores, dizer que, hoje pela manhã, sob a
sua liderança, o conjunto de Líderes de todos os Partidos, inclusive do PMDB,
fez um acordo para que votássemos este Projeto hoje. Portanto, em primeiro
lugar, vir aqui pedir uma prorrogação agora está em desacordo com o que
construímos na Mesa e seria um equívoco, no mínimo, ao desconsiderar as
Lideranças que trabalharam hoje pela manhã. Em segundo lugar, Ver. João Antonio
Dib, a nossa Bancada assume o compromisso de votar hoje, sim, o Projeto do financiamento
dos 483 milhões de reais, assim como nós já fizemos muitas outras vezes. Mas,
em consideração
a um conjunto de lideranças que está aqui na Casa, que veio para dialogar com
as Lideranças daqui e com os Partidos e que pede a votação deste Projeto, não
há por que não invertermos a Pauta e assumirmos o compromisso de sair daqui
votando todos os Projetos que estão na Ordem do Dia. Muito obrigado, Sr.
Presidente. (Palmas.)
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, eu sugiro que V. Exª consulte as
Lideranças. Se nós não temos maiores debates sobre esse Projeto do Executivo,
conforme disse o Ver. João Antonio Dib, são apenas cinco minutos para votar.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Existe um Requerimento para ser votado, a não ser
que seja retirado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, o que está em discussão não é votar ou não votar o
Projeto do Governo.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Não, é apenas uma inversão.
O SR. MAURO
PINHEIRO: O Requerimento é apenas de inversão de ordem, tendo em vista que temos
diversos comerciantes aqui, todos trabalham, estão aqui para prestigiar esta
Casa e estão pedindo que seja invertida a pauta, só isso. O resto já foi
combinado na reunião de Mesa e Lideranças, que seriam votados os três Projetos.
É apenas a inversão, e o Ver. Comassetto, o Líder do PT, já garantiu que
votaremos o Projeto do Governo.
Quanto ao Projeto ser “relâmpago”, eu estou
acostumado, pois chegam projetos para ser votados nesta Casa com muito mais
rapidez do que este. É uma prioridade da Cidade, e nós só queremos votar.
Pedimos a inversão em respeito a esses comerciantes que estão aqui, assim como
aos Diretores da empresa Walmart, que estão aqui cumprindo seu papel e que
também querem ir trabalhar. É somente isso: a votação do Requerimento, nada
mais, Sr. Presidente. (Palmas.)
O SR. IDENIR
CECCHIM: Sr. Presidente, em respeito a essas lideranças que estão aqui pedindo,
e como eles participam muito - lembro que eles participaram por ocasião do
Shopping Praia de Belas, quando eram contra, é a mesma liderança -, eles têm um
espírito público muito grande e não vão se importar de ficar até um pouquinho
mais tarde, em função de votarmos o Projeto mais importante desta Casa, que é o
Projeto do empréstimo. Então, que se vote pela ordem estabelecida na reunião de
Lideranças.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Luiz
Braz, que solicita alteração na ordem de votação dos Projetos constantes da
Ordem do Dia. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento, de autoria do Ver. Luiz Braz.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, colegas Vereadoras e Vereadores, nossos visitantes, razão maior
desta Casa; para quem não sabe, até há pouco tempo, Porto Alegre permitia
construções de supermercados de até mil e quinhentos metros quadrados. Esta
Casa produziu uma mudança na lei e alterou para construções de até dois mil e
quinhentos metros quadrados. A lei, no que diz respeito a atacados, meu caro
Líder Ver. Cecchim, não fala nada. Portanto, vai para o Executivo, ele analisa
as condições na Cauge, passa pelo Plano Diretor, e autoriza ou não autoriza.
Surgiu um empreendimento na Zona Sul, na Cavalhada, vamos falar, porque aqui
não há motivo para não falar, é o Walmart, que muitas pessoas dizem que é um
atacado disfarçado de supermercado. A respeito disso, eu fiz dez ligações ao
Ver. Márcio Bins Ely. Então, eu quero dizer ao Danilo, ao Marchese, a todos
vocês que são meus amigos que, se é isso, eu sou contra, sou contra
garrafalmente! Eu vou produzir uma lei é para a Cidade, não é para o Walmart!
Eu tenho que perguntar é sobre a Ceasa, a Central de Abastecimento do Rio
Grande do Sul, que esta lá se debatendo para construir atacado, essa lei vai
atingir a Ceasa, que abastece toda a cidade de Porto Alegre? É isso que eu vou
votar desse jeito aqui? Só um minutinho! Então, o senhor vai fazer uma lei que,
no quarteirão da Cavalhada, não pode ter atacado, é isso? Lei não é assim, não
pode ser assim, não deve ser assim e não é republicana se for assim! O que
estou propondo é uma coisa que considero fundamental na democracia: diálogo.
Está aqui o Secretário do Planejamento, que me disse que acabou de mandar o
processo do Walmart para a Procuradoria do Município. É isso, Secretário?
Então, não vai à votação no Conselho de amanhã! Se não vai à votação no
Conselho de amanhã, se não vai depois de amanhã, porque vai para a
Procuradoria, por que esta Casa não produz, Ver. Braz, sob a sua liderança -
que, diga-se de passagem, é Vereador de grande quilate desta Cidade –, uma reunião entre o Executivo, os Vereadores, os
empresários, os pequenos comerciantes, o Conselho do Plano Diretor? Será que a
lei não pode ser três mil metros? Será que a Lei não pode ser dois mil e
oitocentos metros? Será que a lei não pode excepcionalizar e dizer que, nesta
região, não pode e, nesta região, pode. Ah! É zona residencial, não pode, mas
alguém pode dizer que, se é perto de avenida, tem adensamento! O que eu não
quero, Ver. Pedro Ruas, é, com a responsabilidade que todos nós temos – e
ninguém tem mais e ninguém tem menos responsabilidade -, que paire que eu sou
contra ou que eu não quero votar. Eu quero votar convencido do que é melhor
para a Cidade. E, por causa de um empreendimento, eu acho que eu não devo
produzir uma lei desse jeito, é a minha consciência. Podem dizer: “Ah, você é
contra os pequenos!” Não, pelo contrário, quando houve a votação do comércio
aqui nesta Cidade, eu estava do lado de cá, defendendo o mercadinho, a fruteira
e continuo defendendo! E digo mais: se for isso que estão fazendo no bairro
Cavalhada, não vão fazer! Mas o que eu estou pedindo é uma reflexão, porque, ao
votar a lei, eu não estou votando a lei para proibir o empreendimento do Walmart.
Até porque alguém há de dizer: “Mas, se ele foi concebido pela lei anterior e
já está protocolado, o direito não pode retroagir.” Se é para atingir, eu tenho
minhas dúvidas também se isso acontece. Então, o caminho é a negociação. O
pequeno comércio tem um valor enorme, excepcional, são centenas de milhares de pessoas
que dependem dele. E faço uma pergunta: será que a Cidade precisa de mais shoppings? Sinceramente, eu acho que
não! Então, eu quero deixar muito clara aqui a minha posição de que sou
contrário à maneira que está sendo encaminhado lá no bairro Cavalhada, mas eu
não posso votar uma lei apenas pensando num projeto, eu quero pensar na Cidade.
Por isso, mais
uma vez, eu apelo ao querido amigo, Presidente desta Casa, mas, especialmente,
ao Ver. Luiz Braz, ao Ver. Mauro Pinheiro, para que nós pudéssemos, já que não
vai à votação amanhã no Plano Diretor, reunir todas as Comissões, debater esta
matéria e estabelecer um prazo de dez, quinze dias, mas que também o Governo
nos dê acordo de que não leva à votação o Projeto do Walmart, enquanto esta
Casa não decidir a respeito disso. É isso que eu proponho. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Como surgiu um
fato novo, Ver. Pedro Ruas, o Ver. Luiz Braz propõe que sejam suspensos os
trabalhos da Sessão por três minutos, para que façamos uma pequena reunião de
Líderes e, quem sabe, equacionemos esse Requerimento.
(Suspendem-se os trabalhos às 16h38min.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro - às 16h42min): Estão reabertos os trabalhos.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, com o acordo entre as Lideranças aqui presentes de que o
Projeto do Governo será votado com encaminhamento, um de cada lado, eu retiro o
Requerimento que solicita alteração na ordem de votação dos Projetos constantes
da Ordem do Dia, porque aí fica garantindo que todos os Projetos serão votados.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): De acordo com a Diretoria Legislativa, nós não
podemos retirar o Requerimento, porque já foi encaminhado. Então, ele tem que
ser rejeitado.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Sr. Presidente, foi assumido o compromisso por todos os Líderes de que
vai se manter o quórum e votar os três Projetos.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, coloque em votação o Requerimento e se rejeita,
simplesmente.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Perfeitamente. Em votação Requerimento, de autoria
do Ver. Luiz Braz, que solicita alteração da ordem de priorização dos Projetos.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) REJEITADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 2040/10 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 014/10, que autoriza o
Poder Executivo a contratar operações de crédito no valor total de R$
484.400.000,00 (quatrocentos e oitenta e quatro milhões e quatrocentos mil
reais) com a Caixa Econômica Federal e dá outras providências.
Parecer Conjunto:
-
da CCJ, CEFOR e CUTHAB. Relator-Geral Ver. João Antonio Dib: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 122, III, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 31-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLE nº 014/10. (Pausa.) Não há quem
queira discutir. Em votação o PLE nº 014/10. (Pausa.) O Ver. Engenheiro
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 014/10, pela
oposição.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras
Vereadoras e Srs. Vereadores; registro aqui que minha vinda a esta tribuna como
oposição é simplesmente uma posição que temos em relação aos dois campos, mas,
em relação a este Projeto, não há oposição de nossa Bancada e das Bancadas que compõem. Por que é que não há oposição? Este é um Projeto do
Governo Federal com o Governo Municipal que disponibiliza para Porto Alegre,
através de empréstimo da Caixa Econômica Federal, a juros compatíveis com a
economia do Município, nada mais, nada menos do que quatrocentos e oitenta e
três milhões de reais, para que seja realizado um conjunto de obras. Esse
valor, e me corrige o Ver. João Dib, dizendo que são quatrocentos e oitenta e
quatro milhões e quatrocentos mil reais, é dinheiro da política do Governo
Federal, que é uma política republicana, em que cada um tem que assumir a sua
parcela. E o Município, para poder fazer esse contrato, precisa do nosso aval.
Votaremos favoravelmente, porque isso é para investimento em Porto Alegre. Esse
investimento faz parte do protocolo já existente entre o Município e o Governo
Federal até 2014, com a destinação, para Porto Alegre, de quatro bilhões,
seiscentos e noventa milhões de reais, sendo que parte desse recurso é
financiado e parte é a fundo perdido. Neste caso é financiamento, com a
contrapartida do Município de cinquenta e três milhões de reais. Esses projetos
envolvem duplicação de avenidas, entre elas, a Av. Tronco; o corredor da 3ª
Perimetral, a construção de algumas obras de arte ali na Av. Bento Gonçalves,
na Av. Plínio Brasil Milano, na Av. Farrapos, na rua Anita Garibaldi e na Av.
Cristóvão Colombo; o “x” da rodoviária, com a qualificação do terminal
rodoviário de Porto Alegre. Esses projetos são todos direcionados à Copa do
Mundo.
E a preocupação que
temos que ter aqui sempre que votarmos um projeto direcionado à Copa do Mundo é
de estar no nosso horizonte o que a Copa vai deixar para Porto Alegre como
qualificação da nossa Cidade. E aí não existe situação ou oposição, existem
projetos de Governo que nós temos que reconhecer e apoiar. Nesse caso, a
política do Governo Federal já traçou um conjunto de orientações para todo o Brasil,
e nós estamos aqui discutindo este Projeto.
Quero dizer que, no
fim de semana, tive a oportunidade de participar do Fórum dos
Vereadores sobre a Reforma Urbana, em Belo Horizonte, e, até o dia 11 de junho,
semana que vem, o Município tem que mandar a contrapartida para os projetos de
saneamento do PAC 2. Portanto, há um conjunto de projetos já destinados que vão
montar o rol desses recursos de quatro bilhões, seiscentos e noventa milhões de
reais. Hoje estamos aqui discutindo e aprovando este primeiro, que é de
quatrocentos e oitenta e quatro milhões e quatrocentos mil reais, no qual a
nossa Bancada votará favoravelmente. E alerta: nós estaremos com os olhos muito
atentos, cumprindo o nosso papel, que é regimental, que é a fiscalização da
aplicação desses recursos e a fiscalização dos projetos, para que não se perca
dinheiro e não se desvie dinheiro da sua finalidade principal, que são os
projetos aqui descritos. Nesse sentido, Ver. João Antonio Dib, em nome da
oposição, peço que o senhor faça um pedido ao Executivo para que encaminhe a
esta Casa uma cópia de todos os projetos para os quais nós estamos destinando
recursos, pois queremos tê-los à disposição, para poder fiscalizar ativamente.
Fica aqui o nosso encaminhamento pela aprovação do Projeto que autoriza o
Município a conceder esses recursos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PLE nº 014/10, pelo Governo.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em
primeiro lugar, quero cumprimentar a oposição desta Casa. Mostramos todos que
representamos, que somos a síntese democrática de todos os cidadãos. Este
Projeto interessa a todos os cidadãos porto-alegrense, porque vai por toda a
Cidade. Vai resolver o problema da 3ª Perimetral, vai resolver o problema do
“x” da rodoviária, vai resolver o problema do trânsito de ônibus, com o BRT,
vai resolver problemas da Av. Tronco, da Av. Padre Cacique, enfim, vai resolver
muitos problemas da Cidade. Então, mostramos ao povo de Porto Alegre que
colocamos em primeiro lugar o povo de Porto Alegre na sua plenitude. Agora,
preciso dizer que, se a Prefeitura de Porto Alegre está fazendo um empréstimo
de 484 milhões e 400 mil reais, é bom que se esclareça que, em primeiro lugar,
é porque a Prefeitura tem crédito, ela tem a capacidade de endividamento,
porque ela pagou os débitos internacionais que encontrou não pagos no início da
Administração José Fogaça, então, está tudo muito bem. E também, por outro
lado, é interessante saber que só vai acontecer o empréstimo da Caixa Econômica
Federal, porque precisa de uma contrapartida da Prefeitura no valor de R$
53.315.789,47. Então, o povo de Porto Alegre hoje está de parabéns, vai receber
uma série de obras pelas quais aguardou anos e muitos anos. Porto Alegre vai
melhorar um pouco, deveria ter um plano viário para ter mais obras a serem
solicitadas e realizadas. Mas, de qualquer forma, eu quero dizer que hoje me
sinto orgulhoso de ser Vereador, vendo que um problema da Cidade não tem
limites entre os Vereadores. Desde o início, quando este Projeto foi
apresentado à Casa - hoje é o último dia para ser votado, hoje é o último dia
dado pelo Ministério das Cidades -, a oposição não colocou nenhum obstáculo,
porque a Cidade para nós está em primeiro lugar. Saudação a todos. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos
Todeschini, o PLE nº 014/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.
Neste momento solene, aproveito a oportunidade para
comunicar o casamento do nosso colega, Ver. Dr. Thiago Duarte, com a Srª Madga
Suleiman Shama, ocorrido no dia 29 de maio. Nossos cumprimentos ao Ver. Dr.
Thiago Duarte. (Palmas.)
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 6055/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 012/09 e da Mesa
Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre, que altera os
arts. 2º e 3º da Lei Complementar nº 455, de 1º de setembro de 2000, que cria o
Conselho Municipal de Alimentação Escolar – CAE –, e dá outras providências,
dispondo sobre composição e competências do CAE.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB
e CECE. Relatora-Geral Verª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,
§ 1º, I,
da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 31-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): Em discussão o PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da
Câmara Municipal de Porto Alegre. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em
votação o PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto
Alegre. (Pausa.) A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar a
votação do PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto
Alegre.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vou
encaminhar rapidamente a matéria, porque eu entendo que tem um outro Projeto
importante para ser discutido, encaminhado e votado na tarde de hoje. Não que
este Projeto tenha mérito menor, mas, por estarmos aqui com a comunidade
interessada no próximo Projeto, eu quero encaminhar rapidamente, para não tomar
tanto tempo dos senhores, cuja presença nos honra muito, mas nós precisamos
liberá-los. Fiz questão de fazer o encaminhamento, porque a Comissão de
Constituição e Justiça tem tratado do tema da reformulação dos diversos
Conselhos Municipais da Cidade. Nesta Casa aportaram nove processos, com duas
alterações da Lei Orgânica e sete específicos de Conselhos como este, que é o
Conselho Municipal de Alimentação Escolar, assim como a mudança e a
reformulação do Conselho de Entorpecentes, do Conselho Municipal das Mulheres e
de outros tantos que nós estamos, na CCJ, sob a presidência do Ver. Pedro Ruas,
estabelecendo um diálogo diferenciado com a comunidade.
Nós fomos surpreendidos com essas alterações
através do GT que foi criado pela Câmara Municipal e pela Prefeitura Municipal,
e achamos necessário fazer a oitiva junto aos Conselhos, para que, de fato,
pudéssemos ter o olhar, a concordância ou não, dentro daquilo que é colocado
pelos Conselheiros Municipais.
Dessa forma, nós tivemos uma reunião, no dia 11 de
maio, em que imediatamente nos foi solicitada, Ver. Pedro Ruas, a urgência na
tramitação deste Projeto, tendo em vista a necessidade da liberação do convênio
e de recursos do Governo Federal para a Prefeitura Municipal, para que possa
dar conta, pela reformulação do Conselho Municipal de Alimentação Escolar. Portanto, nós estamos cumprindo aqui,
através da CCJ, o compromisso que assumimos com os Conselheiros que estiveram
presentes a nossa reunião, quando fomos alertados para a necessidade da urgência
de tramitação e de votação desse Projeto - ainda neste mês de maio -, para que
assim pudéssemos buscar os recursos necessários para a merenda escolar das
crianças de Porto Alegre.
Então, quero encaminhar favoravelmente, pedindo a
todos os nobres Pares que votem favoravelmente a esse Projeto, pela necessidade
e urgência da tramitação dos recursos. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal
de Porto Alegre.
A SRA.
FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadoras e colegas
Vereadores, também gostaria de encaminhar muito rapidamente, por saber da
importância do próximo Projeto para a cidade de Porto Alegre. Então, eu só
gostaria de registrar a nossa opinião - do PSOL, minha e do Ver. Pedro Ruas -
favorável à aprovação do Conselho Municipal de Alimentação Escolar.
Nós, da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e
Juventude, da Câmara Municipal, recebemos, na terça-feira passada, a pauta
sobre a alimentação saudável no Município de Porto Alegre a partir de um
trabalho feito na Escola Técnica de Saúde. Alguns dados, Ver. Airto Ferronato,
de fato nos preocuparam. O primeiro deles é a persistência das cantinas em
vender alimentos ricos em gordura trans, altamente prejudiciais à saúde, a um
custo mais alto do que os alimentos saudáveis. Em segundo lugar, há necessidade
de abertura de concurso público para técnicos em nutrição, para que acompanhem
esse trabalho nas escolas do Município de Porto Alegre, elaborando os cardápios
com uma dieta balanceada, promovendo uma verdadeira conscientização da
importância de uma alimentação saudável, que pode reeducar não só as crianças e
os jovens da rede municipal, como também as suas famílias, uma reeducação nos
hábitos alimentares, ainda mais quando nós vemos o crescimento da publicidade
de fast-food, de alimentos altamente
gordurosos. Ou seja, nós precisamos fazer o contrapeso com aquilo que é
fundamental para uma dieta balanceada para as nossas crianças.
Portanto, assim como o Conselho Municipal ajuda -
como falava a Verª Maria Celeste - na recepção das verbas, na implementação do
Projeto, também ajuda na fiscalização das escolas públicas e privadas,
conferindo os cardápios, as cantinas e buscando, de fato, fazer essa reeducação
alimentar, sempre lembrando que alimentação saudável é um direito inalienável
do homem, da mulher e, assim, deve ser olhado com atenção por esta Casa e pelos
Governos.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal
de Porto Alegre, pela oposição.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a mudança é pequena, mas vale o
registro de que o Conselho de Alimentação Escolar de Porto Alegre tem que
prestar atenção em duas questões, na minha opinião, sérias. Primeiro, a grande
diferença no tratamento, no cuidado, na responsabilidade com a alimentação
escolar que há entre uma escola municipal e uma escola estadual na mesma
região. Às vezes, irmãos, crianças da mesma família se alimentam de maneira
muito diversa, ou até não se alimentam, como é o caso das crianças das escolas
estaduais, por vários problemas. E a nova legislação hoje exige responsável
técnico para qualificar a alimentação escolar. O Estado não tem! O Estado tem
um grupinho de meia dúzia de nutricionistas para cuidar do Estado inteiro, foi
o que ficamos sabendo, já tínhamos noção na discussão que fizemos na Comissão
de Educação. Mas o Estado do Rio Grande do Sul não coloca um centavo na
alimentação escolar, Ver. Bosco. A Secretaria Estadual de Educação só repassa
os recursos do Governo Federal. Já o Município coloca outro tanto, igual ao
valor que o Governo Federal manda para cá, ou seja, é o dobro de investimento
em alimentação. As crianças de Porto Alegre, da rede municipal há muito tempo
se alimentam em bufê, têm projeto de alimentação saudável, de interferência, de
educação na hora da alimentação, e, lamentavelmente, as nossas crianças das
escolas estaduais, os nossos adolescentes não têm. Eles têm uma alimentação
muito mais simples, que depende do grande esforço das escolas, porque não tem
nem política de fomento, de cuidado, de orientação, nem técnicas de nutrição,
nem que fosse num grupo de escolas. E também não tem recursos, além de as
cozinhas estarem em estado lastimável em muitas escolas, além de não ter
funcionários em muitas escolas, como aconteceu na Escola Estadual de 1º Grau
Oscar Pereira, onde as professoras organizavam uma alimentação seca, no início
do ano, porque não tinha funcionário para preparar uma refeição, Verª Fernanda.
Então, acho que esse Conselho está bem, está se
habilitando a receber verbas federais, é uma adequação pequena. Ele tem que ser
um conselho de fiscalização, tem que ser um conselho forte, porque hoje a
alimentação escolar, na sua função educativa, na sua função de preservação da
vida é um direito humano, consagrado na Constituição. Portanto, devemos ter
outra vigilância, em outro nível.
E, por outro lado, Ver. Cecchim, nós temos a lei da
alimentação saudável nas cantinas. E a apresentação que foi feita aqui pelas
técnicas em nutrição mostra que essa lei não está sendo cumprida, Ver. Adeli.
Os bares de escolas privadas, que, inclusive, fizeram toda uma mobilização,
Ver. Pujol – lá na sua Comissão, na CCJ, eu lembro muito bem, há quatro, cinco
anos –, continuam oferecendo muita porcaria para as nossas crianças na hora do
recreio. E isso é um escândalo, porque é completamente contrário à nossa visão
de educação. A criança que está na nossa escola não é um intelecto a ser
cuidado na escola e uma criança a ser cuidada na alimentação em casa. Ela é
corpo, ela é um ser uno, ela tem que aprender na escola, também, a se alimentar
adequadamente. Há muitas crianças obesas, muitas crianças com doenças precoces
por conta da má alimentação. E é inaceitável que as cantinas continuem
oferecendo bala, pirulito, chiclete, salgadinho em grande quantidade dentro das
escolas do nosso Município. O Secretário Cecchim fez um movimento na época,
todas têm conhecimento da lei. Aliás, o que nós precisamos agora é fazer um
movimento de fiscalização e de educação permanente, porque, afinal, a dignidade
humana tem que superar a lógica do mercado, a lógica do lucro, principalmente
se tratando de crianças e de adolescentes. Então, que seja um Conselho mais
atuante, mais presente, fiscalizativo e que nos ajude nessa batalha.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar
a votação do PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto
Alegre.
O SR. DR.
RAUL: Presidente, Ver. Bernardino;
Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem, fiz questão de vir aqui em nome
do PMDB, porque nós temos que reconhecer que a alimentação escolar é
fundamental para o desenvolvimento da criança e do adolescente. Nós temos
oportunidade agora de dar um voto favorável, e isso é muito importante, porque
as nossas crianças, os nossos adolescentes são aqueles que vão seguir tocando a
vida de todos nós. Com certeza, o Conselho vem nesse sentido, e acreditamos
que, no processo de deliberação, de fiscalização, enfim, vai encontrar meios
para que nós possamos avançar muito nesta questão. Então, com certeza, vamos
dar um voto em favor da saúde, em favor da boa alimentação das nossas crianças
e dos nossos adolescentes. Saúde para todos!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal
de Porto Alegre.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, de certa forma, eu repito o que a Liderança do Governo, o Ver. João
Antonio Dib, disse da oposição com relação ao Projeto anterior, encaminhado por
dois únicos oradores: um da oposição e outro do Governo. Agora, vários oradores
manifestaram-se, e eu quero me manifestar também com muita rapidez, Sr.
Presidente, e muita objetividade, porque eu também quero votar o próximo
Projeto, e todos sabem que hoje eu vou sair da Casa, em qualquer circunstância,
às 18h, porque vou comparecer no Palacinho, na homenagem que o ex-Presidente
desta Casa e ex-Vice-Governador do Estado, Ver. Antonio Hohlfeldt, vai receber.
Eu quero votar essa matéria e tem que ser antes das dezoito horas.
Mas, de qualquer sorte, eu entendo que, já que
vários Vereadores se manifestaram, nós não podemos deixar de reconhecer nessa
proposta um aspecto importantíssimo. Aliás, eu cumprimento o Ver. Sebastião
Melo, que presidiu a Casa até o final do ano passado, por, juntamente com os
Vereadores Adeli Sell, Toni Proença, Nelcir Tessaro, João Carlos Nedel e
Tarciso Flecha Negra, subscreve essa proposta junto com o Prefeito, num
trabalho conjunto de adaptação a uma nova legislação que surgiu. E, tão logo
ela surgiu, diligenciou-se na proposta, Ver. Toni Proença, V. Exª se recorda,
encaminhada a Casa ainda no ano passado - é bem verdade que no final do ano
passado, em 29 de dezembro. Então, a proposta já está aqui há algum tempo, está
madura para ser votada. A Comissão de Constituição e Justiça promoveu,
inclusive, um debate em torno desse assunto. A Verª Maria Celeste, que é ampla
conhecedora do assunto, num Parecer muito bem formulado, sintetizou a situação.
Então, o que nos cabe fazer agora é acompanhar os pareceres favoráveis, essa
conjunção de esforços entre o Executivo e o Legislativo, e celebrar, de uma vez
por todas, este Projeto que eu espero seja um passo adiante na manutenção da
suplementação alimentar dos nossos alunos nas escolas municipais, porque,
sabidamente, muitos deles comparecem mais na busca da alimentação do que
propriamente do ensino. Reconhecendo essa realidade, não há como termos outra
posição que não seja votar aplaudindo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do PLCE nº 012/09 e da Mesa Diretora da Câmara Municipal
de Porto Alegre.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus
senhores e minhas senhoras, eu hoje tenho que ficar muito contente mesmo,
porque agora eu vejo um Projeto de Lei Complementar do Executivo que, na
verdade, não é só do Executivo. Ao longo de todo o tempo que aqui estou, não
tinha visto um Projeto de Lei igual a este: um Projeto de Lei proposto pelo
Executivo e pela Mesa Diretora da Casa. E, num Parecer muito bem feito, mas
sintético, a Verª Maria Celeste diz da legalidade, da organicidade e do mérito
do Projeto, que deve ser aprovado pela unanimidade dos Vereadores, já que o seu
Parecer foi aprovado pela unanimidade das Comissões desta Casa. Portanto, eu
apenas queria fazer o registro de que é um tipo de projeto que eu não conhecia:
a Mesa da Casa e o Prefeito propondo à Casa um projeto de lei. Claro que será
aprovado por unanimidade. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação o PLCE nº 012/09 e da
Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 1497/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 008/10, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que altera a ementa e o caput do art. 1º, ambos da Lei
Complementar nº 462, de 18 de janeiro de 2001, alterada pela Lei Complementar
nº 523, de 2 de maio de 2005, estendendo a todos estabelecimentos de comércio
de alimentos ou congêneres a proibição para construção com área computada
superior a 2.500 m² (dois mil e quinhentos metros quadrados).
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR, CUTHAB
e COSMAM. Relator-Geral Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta
dos membros da CMPA - art. 82,
§
1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 31-05-10.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em discussão o PLCL nº 008/10. (Pausa.) O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir o PLCL nº 008/10.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Bernardino Vendruscolo; pretendo ser muito rápido.
Quero agradecer aos Srs. Vereadores, porque acho que todos colaboraram para que
pudéssemos discutir todos esses temas hoje na nossa Câmara Municipal.
Eu tenho ouvido uma dúvida que foi lançada e quero
desfazê-la, Ver. João Bosco Vaz, porque aqueles que assim estão discutindo este
tema estão cometendo um equívoco. Dizem que a votação desta matéria hoje, de
forma rápida, como nós estamos fazendo, não vai impedir que aquela grande rede
que está fazendo lobby na Casa - e
não estou dizendo que isso é ilegal, mas estou dizendo que é uma grande rede
que está fazendo lobby – possa
construir esse tal de Sam’s Club, que
vai burlar aquela legislação que fizemos aqui algum tempo atrás. Não é verdade
que a nossa legislação vai ser impotente. E aqui está o Secretário do
Planejamento, que pode, inclusive, afirmar isso. Ainda para que aquele Sam’s Club possa ser ali estabelecido
precisa da aprovação do Conselho do Plano Diretor, Ver. João Antonio Dib. O
Conselho está precisando que nós, aqui na Câmara, mostremos, através desta
legislação, que aquilo que nós queríamos para o varejo, para os supermercados,
para os hipermercados vale também para os atacados. Sem isso, Ver. Airto
Ferronato, o Conselho vai estar sem nada nas mãos para poder decidir. Eu acho
que ele ainda vai decidir e precisa da arma que nós estamos dando hoje para
ele, que é a aprovação deste Projeto, mostrando que nós não queremos grandes
equipamentos nos locais em que já são proibidos pela legislação.
Nós, Ver. João Dib - e V. Exª ajudou nisso -,
quando legislamos lá atrás para impedir que esses grandes equipamentos pudessem
se estabelecer, não era para que eles não se estabelecessem em Porto Alegre,
era para que eles se estabelecessem em certas regiões para onde poderiam levar
progresso e para que não viessem a obstruir regiões que, nós acreditávamos,
estavam em desenvolvimento, que eram mais para o cidadão e menos para as
empresas gigantescas. Por isso, votamos aquela legislação para hipermercados e
supermercados. E por isso nós estamos votando este Projeto, para impedir que
aquela legislação antiga venha a ser burlada, que nós venhamos a ter prejuízos
com relação ao planejamento da Cidade, porque alguém resolveu contornar a
legislação que nós fizemos.
Então, só por isso eu pediria aos Srs. Vereadores
que votassem este Projeto com a rapidez devida, a fim de que possamos colocar,
naquela lei, esta obstrução também para os atacados e para os congêneres, como
é o caso dos Sam’s Club. Tenho
certeza de que nós estaremos, Ver. Sebastião Melo - sei que V. Exª também
trabalha para que a Cidade fique melhor -, no rumo certo, aprovando hoje esta
legislação. Obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para
discutir o PLCL n° 008/10.
O SR. MAURO
PINHEIRO: Ver. Bernardino, que preside a Sessão, demais Vereadores e Vereadoras,
os que nos acompanham pelo Canal 16, nas galerias, onde vejo vários colegas
comerciantes preocupados com os seus negócios que, no dia de hoje, Ver. Airto
Ferronato, deixam de estar trabalhando, para estar aqui por um Projeto de Lei
que venha a garantir a sua sobrevivência. Ver. Sebastião Melo, quando V. Exª
diz que não quer votar um Projeto que seja para uma única empresa, eu digo: não
há nem necessidade de se modificar a Lei n° 523, acrescentando a palavra
“atacado”, para que não se possa construir o Sam’s Club lá na Cavalhada. E sabe
por que não pode, Ver. Adeli Sell, o senhor que foi Secretário Municipal da
Indústria e Comércio? Porque há uma confusão na definição de atacado, varejo e
supermercado. O que é atacado? Não são palavras minhas, são do dicionário
(Lê.): “Venda por atacado ou venda por grosso é a forma de comercialização de
grandes quantidades de produtos. Tais produtos são mais baratos por serem
principalmente destinados a lojistas e comerciante.” Isso é atacado: aquele que
vende para lojistas e comerciantes. Quem vende para o consumidor final é
varejista, é o supermercado! Uma empresa que vende para o consumidor final não
é atacado. Leio palavras do site da
empresa Walmart (Lê.): “O Sam's Club foi criado em 1983, por Sam Walton nos
Estados Unidos. Sua intenção inicial [inicial!] era oferecer ao pequeno
comerciante as melhores oportunidades de compras, porém, alguns anos depois, o
clube passou a oferecer os benefícios também para o consumidor final.” Se vende
para o consumidor final, não é atacado, é varejo! Portanto, já existe uma lei
nesta Cidade, a Lei nº 523, que proíbe construção de supermercado de varejo num
certo perímetro desta Cidade, e existe, Ver. João Antonio Dib, um certo
perímetro onde podem ser construídos supermercados com mais de dois mil e
quinhentos metros quadrados. E mais: se é atacado, não precisa ser em zona
urbana. Há vários atacados que vendem neste Estado e nem no Rio Grande do Sul
estão estabelecidos. Por quê? O produto é oferecido pelo vendedor, de porta em
porta, no comércio. Ele vai lá, tira o pedido, e o atacado pode estar em Minas
Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, depois, vem o caminhão
entregar ao pequeno varejo – isso é atacado.
Agora, aquele que vende, Ver. Brasinha, para o
consumidor final, para qualquer pessoa que vá lá com o seu CPF fazer a compra
de uma ou duas unidades, esse é varejo. Portanto, nós nem precisamos de uma lei
para proibir a construção de varejo, mesmo que mascarado com nome de atacado. É
isso que está acontecendo nesta Cidade!
Agora, querer burlar a lei dizendo que é atacado e
vendendo por varejo nós não vamos aceitar nesta Cidade, Ver. Cecchim! Nós,
Vereadores desta Cidade, temos um compromisso com ela e não podemos aprovar um
Projeto de Lei mascarado, Ver. Paulo Marques, nós temos que proteger o nosso
consumidor final e o nosso varejista. Se nós deixarmos uma certa empresa
multinacional, a maior do mundo, tomar conta do nosso comércio varejista, em
breve nós não teremos mais os pequenos comerciantes, que têm que deixar suas
casas, deixar seus comércios para vir a esta Câmara de Vereadores.
Portanto, vamos prestar atenção, e nós nem
precisamos desta lei, Ver. João Antonio Dib, porque essa empresa não é atacado,
é varejo, e a lei existente já proíbe a sua construção lá na Cavalhada, onde
vai quebrar muitos pequenos comércios e prejudicar o consumidor final. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para
discutir o PLCL nº 008/10.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e
senhoras; Ver. Mauro Pinheiro, eu tenho uma certa dificuldade também em aceitar
esse tipo de investimento aqui na Capital. E falo com tranquilidade, porque
isso não passa de uma briga dos grandes contra os pequenos, é o maior engolindo
o menor. Tenho dificuldade em aceitar, até porque eu venho de uma família de
pequenos comerciantes, me criei atrás de um balcão de armazém, Ver. Alceu
Brasinha. Sabemos muito bem, Ver. João Bosco, Ver. Tarciso, da dificuldade que
esses armazéns e esses minimercados têm para sobreviver. Nós sabemos das
dificuldades. Alguns dias atrás, aqui nesta tribuna, eu citei um exemplo e eu
citei este exemplo agora, inclusive, para os representantes do Walmart. Há um
tempo eu fui num Maxxi, em Viamão, Ver. Cecchim, desavisado; quem manda ser
desavisado? Entrei no Maxxi, de Viamão. Eu quero citar esse exemplo que parece
não ter muito a ver, mas, na realidade, tem. Quem quer fazer um investimento
grande nesta Capital, quer se expandir não pode nos tratar como índios! Não
pode nos tratar como no tempo da colonização! Cheguei desavisado, fui lá, fiz
minhas compras, comprei, comprei, cheguei no caixa e, quando vou pagar, DJ
Cássia - eu ainda fui gentil com a moça do caixa -, que faz papel de caixa, de
balança e, agora, não é mais empacotadora, porque nem sacolas dão mais! Estão
escravizando as pessoas que trabalham nos caixas, escravizando! Trabalham como
caixa, balança, empacotador e ganham só como caixa! É função de um legislador,
também, falar sobre isso, discutir isso num momento de um grande investimento
desses na Capital, Ver. Pedro Ruas! Querem investir? Invistam, mas tem também
que oferecer um retorno para a sociedade! “Ah! mas nós damos desconto de três
centavos pela sacola!” Mas eu quero os meus produtos empacotados, para que eu
possa chegar num momento destes aqui e defender uma empresa que trabalha sério,
que não demite empacotador. Tudo isso tem a ver, sim, com esta discussão, porque
é mais uma central para escravizar ali, na Cavalhada, na Zona Sul, mais uma
central para escravizar o pessoal que trabalha, onde caixa vai fazer papel de
balança! Vai vender, sim, para o consumidor final, vai ser, sim, varejo, vai,
sim, quebrar os minimercadinhos, vai quebrar os armazenzinhos, vai quebrar o
bazarzinho, vai quebrar um monte de gente! O que eu estava falando sobre os
empacotadores, eles dizem que não empacotam para oferecer um preço mais justo.
O preço é tão justo que sobra dinheiro para comprar farmácias, sobra dinheiro
para tomar conta dos postos de gasolina, sobra dinheiro para investir num monte
de lixo aí, cartão de crédito... Sobra dinheiro com redução, com benefícios
ainda.
Então, primeiro, um conselho para o Walmart: vamos
organizar a casa, vamos recontratar empacotadores, atender aos clientes com
dignidade, para que ele possa sair com os seus produtos empacotados, porque eu
fiz o maior fiasco. Quando a menina disse que eu poderia adquirir as sacolas
por 13 centavos, eu disse que iria levar o meu xampu e o meu creme dental na
mão! Saí levando tudo na mão, achei um desaforo aquilo ali! Fui conversar com o
gerente, ele disse que, em breve, será assim em Porto Alegre também. Eu disse:
“Mas Deus que me perdoe, só depois que eu morrer, porque eu vou entrar com um
Projeto”. Já entrei com um Projeto, criando a obrigatoriedade de empacotar os
produtos. Ah! Mas sacola plástica prejudica o meio ambiente! Mas me dá uma
sacola que não atinja o meio ambiente... (Som cortado automaticamente por
limitação de tempo.) (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para
discutir o PLCL nº 008/10.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores
e Sras Vereadoras, querido Ver. Luiz Braz; quero dizer a V. Exª que
estarei junto com o senhor nesse Projeto, porque todo mundo sabe que, quando eu
venho a esta tribuna, eu venho porque sou contra os grandes, porque os grandes
chegam aqui, fazem o que querem, quebram tudo e, se quiserem, vão embora.
Então, quero dizer aos senhores que eu voto com convicção, Ver. Luiz Braz, Ver.
Mauro Pinheiro, por quê? Quando um cidadão tem um minimercado, aquela padaria,
aquela pequena empresa da família, Ver. Cecchim, o senhor sabe, o senhor foi
Secretário da SMIC, sabe o quanto é difícil manter uma pequena empresa, aí uma
empresa grande chega, aqueles gigantes, correm com o pequeno, deixam o pequeno
desamparado, não estão nem um pouco preocupados. Mas eu quero dizer que sou
contra sempre, principalmente contra o Carrefour. O Carrefour faz mal para a
Cidade, faz mal para o Rio Grande, faz mal para o Brasil. Eu sou contra o
Carrefour! E mais ainda, vou defender o direito dos pequenos, eu estou aqui
para defender o direito dos pequenos, porque eu sei o que é ser pequeno - sou
pequeno - o que é ser massacrado pelos grandes, então, vou defender os pequenos
sempre! Estarei com vocês votando, porque sou contra os grandes. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
discutir o PLCL nº 008/10.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; colegas
Vereadores e Vereadoras, eu acho, meus queridos Mauro Pinheiro e Luiz Braz, que
nós temos que discutir a floresta e não a árvore. Eu quero dizer que a Cidade
tem tido uma série de equipamentos públicos, e esta Casa não tem se manifestado
sobre eles. Por exemplo, acabou de ser aprovado um shopping, na Av. Nilo Peçanha, com um “griteiro” danado na Cidade,
vai ser um equipamento público maior do que um atacado. Produziu-se o
BarraShoppingSul, foi no Governo da Frente Popular, depois, sim, executado já
no Governo Fogaça, e eu poderia aqui desfilar 30, 40 equipamentos públicos
enormes nesta Cidade. Ver. Luiz Braz, quando nós produzimos a lei, nós
colocamos comércio varejista. Foi intenção do legislador, nós não falamos do
comércio atacadista, ficou em branco isso, isso é verdade. Agora a lei vem e
diz que “além de ser o varejista”, mas a intenção do legislador, na época, era só
para o comércio varejista.
A reflexão que eu fiz na minha intervenção de
encaminhamento é que eu sou francamente favorável a que seja protegido o
pequeno comércio, o médio comércio. Mas vamos imaginar o seguinte, Ver.
Mauro... O senhor sabe que o Walmart aprovou esse mesmo empreendimento lá na
Av. Sertório? O senhor sabia disso? Essa mesma matéria da Zona Sul já está
aprovada na Zona Norte. Está aprovada, já passou por termo de referência, já
passou pelo Plano Diretor, já está aprovada. Isso é importante, porque eu
acabei de falar com a Rosane Zottis agora, e ela disse que foi aprovado e que
está muito adiantado. Vai ter um atacado dessa mesma forma lá na Av. Sertório.
Eu gostaria de produzir uma legislação da seguinte
forma: em tais e tais e tais regiões isso não é permitido - atacados. Agora, em
tais e tais e tais regiões, esse atacado, com mais de dois mil e quinhentos
metros quadrados, é permitido. Eu gostaria de votar uma legislação dessa forma.
Eu já diria que, na Cavalhada, no entorno, eu votaria exatamente nessa direção,
mas eu analisaria a Cidade como um todo. Eu quero construir oito mil metros
quadrados para um atacado na área do Porto Seco. Vou ser contra isso? Será que
eu vou mandar para Cachoeirinha, vou mandar para Gravataí, vou mandar para Alvorada,
vou mandar para Eldorado do Sul, vou mandar para Guaíba?
(Aparte antirregimental.)
O SR.
SEBASTIÃO MELO: Não! Nós estamos conversando, falando a mesma
linguagem. Será que para todas as áreas de Porto Alegre deve valer essa regra?
É isso que eu tentei sensibilizar, mas eu respeito a democracia, a lógica da
Casa. A Casa entendeu de votar hoje, vamos votar hoje, não há problema nenhum!
Eu apenas propus, porque eu gostaria de conversar com o Governo ao qual eu
pertenço, eu sou base de Governo. Eu não posso ser oposição ou ser Governo: eu
sou Governo! E eu quero ter o direito de discutir com o Governo ao qual
pertenço, para saber por que o Governo está aprovando essa matéria da
Cavalhada. Já que o Governo não me chamou, nós estávamos chamando, aqui na Comissão,
os técnicos da Secretaria de Planejamento, da SMOV, todos os comerciantes, para
nós produzirmos um debate. Eu gostaria de ter o direito de discutir essa
matéria, porque, afinal de contas, os técnicos são da Prefeitura, não são do
Governo. São pessoas que fizeram concursos públicos, mas devem explicação a
esta Casa e à Cidade! Agora, será que pedir para discutir essa matéria é algum
crime? Se a matéria fosse à votação amanhã, eu quero dizer para vocês que nós
já deveríamos ter votado em primeiro lugar! Mas a matéria não vai à votação
amanhã.
O Sr. Mauro
Pinheiro: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo,
com todo o respeito e admiração que tenho por V. Exª, eu gostaria de lhe falar
que não é em toda a Cidade. Essa Emenda do Ver. Luiz Braz, que tem como
coautores os Vereadores Mauro Pinheiro e Carlos Comassetto, acrescenta
simplesmente a palavra “atacado” à Lei nº 523, junto com supermercado. Então,
já existe, na Lei nº 523, uma região da Cidade em que podem ser construídos não
só atacados como supermercados com mais de dois mil e quinhentos metros
quadrados.
O SR.
SEBASTIÃO MELO: E eu te respondo com a responsabilidade que tenho,
porque conheço a matéria. Da Av. Sertório para baixo, até a Restinga, só pode
construir dois mil e quinhentos metros. É toda a Cidade para supermercado e,
agora, passa a ser para atacado. Então, é isso que está colocado. Eu não sou
contra a lei, mas eu queria ter o direito de discutir internamente, porque eu
pertenço à base do Governo. Eu imagino que essa matéria tenha sido discutida lá
no Governo, e eu queria ouvir, pelo menos, o que o Prefeito tem a dizer sobre
isso, o que o Secretário de Planejamento tem a dizer sobre isso, o que a Rosane
Zottis tem a dizer...
Se é nos termos colocados aqui, eu já tenho
posição, eu sou contrário ao Walmart lá. Agora, quando eu estou produzindo uma
lei, meu caro Brasinha, eu não estou produzindo uma lei para aquela situação,
eu estou produzindo uma lei para o conjunto da Cidade. Então, eu só vim à
tribuna para dizer isso, porque é uma matéria importante, como todas as
matérias enfrentadas aqui ... (Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para
discutir o PLCL nº 008/10.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, prezadas lideranças que nos acompanham neste debate, eu quero
começar justamente pela metáfora que traz aqui o meu amigo, Ver. Sebastião
Melo. Para que nós possamos ver toda a floresta, neste caso, nós temos que
preservar as árvores. As árvores são os pequenos e médios comerciantes daquela
região e de toda a Cidade. Se nós deixarmos essas árvores serem queimadas, nós
não teremos floresta para discutir! Como um primeiro ponto, é isso que está em
debate. Como um segundo ponto, prezada Nadir, se é para defender a legislação,
prezado Melo, nós temos que defender, sim. Qual é a lei? A Lei nº 523, de 2005,
que já regula a questão da área dos supermercados em Porto Alegre, que é, no
máximo, de dois mil e quinhentos metros
quadrados. É isso que está em discussão, não é a nova lei! E o que faz essa
rede de supermercados? Ela apresenta uma burla à Lei Complementar nº 523, de
2005. E qual é a burla? Ela se apresenta para construir, lá naquela região da
Cavalhada, um empreendimento com oito mil e quinhentos metros quadrados. Se a
lei não vale para ele, também não tem que valer para todos esses senhores que
estão aqui, para também construírem oito mil e quinhentos metros quadrados! É
essa a discussão! E o que diz o projeto que está tramitando na Prefeitura? E o
que dizem os técnicos? É dito pelo técnico, justamente o da EPTC, que o
empreendimento destina-se ao comércio atacadista - afirmação da SPM - e, como
tal, deverá ser aprovado e constar do alvará de liberação de atividade. No
entanto, no parecer da EPTC, consta um empreendimento com 60% destinado à
atividade atacadista e 40% destinado à atividade “clube de compras”,
configurando-se como hipermercado. Afirmação do técnico da Cauge. Se ele é
atacado, ele não é hipermercado! Então, ele está em desacordo com a Lei nº 523,
e é esse debate que temos que fazer aqui! Se nós queremos igualdade, tem
que ser igualdade para todos.
A legislação apresentada pelo Ver. Luiz Braz, da
qual somos coautores, define o seguinte: sendo gênero alimentício, a partir de
agora, nesta região da Cidade, são no máximo dois mil e quinhentos metros
quadrados. E mais, Ver. Sebastião Melo: se colocarem um empreendimento, lá no
bairro Cavalhada, de oito mil e quinhentos metros quadrados, quantos caminhões
vão ter que chegar lá? Vão passar por onde, se as nossas ruas já estão
trancadas?! (Palmas.) É essa a discussão! E a Lei nº 523/05 já diz que, entre a
Av. Sertório e a freeway, é possível
instalar isso. Então, já diz, por isso que está aprovado lá naquela região. A
lei está dizendo isso, a lei que não é de hoje, a lei que já permite. Portanto,
eles estão querendo burlar a lei em algumas regiões da Cidade.
O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, tenho acordo com V. Exª,
mas é que o remédio utilizado, na minha visão, está errado. Ou seja, se a lei
não permite, o Governo não pode aprovar o empreendimento, é isso que ele não
pode fazer! Agora, eu tenho que analisar o conjunto da Cidade, por isso é que
eu acho que o remédio não está correto!
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Analisando o
conjunto da Cidade, se nós temos acordo que não pode, a lei, no mínimo, é
dúbia. E, havendo dubiedade na lei, o nosso papel é corrigi-la. E nós não
estamos mudando lei ou criando lei nova, nós estamos fazendo uma correção na
atual legislação, para dizer que ela tem que ser igual para todos! E, nesse
caso, estamos protegendo as árvores, as pequenas árvores do comércio de Porto
Alegre, que são os médios e pequenos empreendedores, contra a motosserra que
vem aí para destruir essa floresta.
Meu querido
Ver. Sebastião Melo, só pensaremos na floresta se tivermos árvores. Depois que
as extinguirmos, não poderemos mais pensar. Portanto, o Projeto de Lei é
bem-vindo, vamos votar e vamos proteger as árvores e a floresta. Um grande
abraço.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Idenir
Cecchim está com a palavra para discutir o PLCL nº 008/10.
O SR. IDENIR CECCHIM:
Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu acho que
já se discutiu muito, já se tocou em pontos importantes, e o mais importante o
Ver. Sebastião Melo levantou: existe lei para isso que estamos falando, e ela
precisa ser cumprida. Eu quero dizer, Ver. Brasinha, que eu não sou contra os
grandes, não, sejam eles nacionais, sejam eles estrangeiros, eu sou a favor do
investimento. Agora, a lei tem que ser para todos, principalmente para os
pequenos. Se o pequeno cumpre a lei, o grande tem que cumprir também! Nós já
temos uma lei que não se pode construir acima de tantos metros, ela existe.
Então, Ver. Sebastião Melo, que ela seja cumprida.
Se alguém pede para construir um supermercado, que
seja analisado como um supermercado e que se dê licença para um supermercado.
Se o cliente pede para construir um hipermercado, com posto de gasolina junto,
que se analise o hipermercado com o posto de gasolina junto, mas não fazer uma
lei específica para cada empreendimento. Temos que começar a fazer as leis
serem cumpridas para toda a Cidade.
O Sr. Alceu
Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Cecchim, eu
estava ouvindo V. Exª e quero dizer que o citei devido ao seu conhecimento,
pois é um empresário também, um pequeno empresário e sabe de todas as
dificuldades. Vem o grande empreendimento, se instala, e o pequeno tem a vida
limitada, vai durar, talvez, mais um ano, um ano e meio, dois anos, quebra, e a
família fica desempregada. Quero dizer que os dois mil e quinhentos metros quadrados
são bons para eles. Não estamos contra eles. Eles devem botar lá, mas com dois
mil e quinhentos metros quadrados.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado, Ver. Brasinha. E V. Exª me faz recordar da época em que o
Carrefour foi instalado na frente da sua loja. Eu era presidente da Assonorte
na época e lembro muito bem que era o Governo do PT. E não porque era o Governo
do PT, mas estavam lá os Delegados, os Conselheiros do Orçamento Participativo,
todo o mundo aplaudindo o Carrefour que ia se instalar. E eu dizia ao Ver.
Brasinha que a sua loja de pneus teria concorrência, pois eles teriam pneu lá
dentro. A floricultura teria concorrência, porque vendiam flores lá dentro
também. A sapataria teria concorrência também, porque lá também vendiam
sapatos. E, na época, o PT e a grande maioria dos Vereadores que estavam lá, de
todos os Partidos, principalmente do PT, aplaudiam, eles aplaudiam e me
vaiavam.
Eu fico feliz que os Vereadores e a população
estejam preocupados com a Cidade no seu todo. Mas volto a afirmar: se existe a
lei e está vigendo, que se faça cumprir a lei. Os nossos técnicos, os nossos
Conselhos, a SMOV, a SPM, quem quer que seja que dê as diretrizes, por isso
existe a Cauge, para discutir! Eu acho que o mérito é muito válido.
Eu, por exemplo, só compro no supermercado que
empacota minhas coisas. Agora, quem quiser comprar ao lado, onde não empacotam,
que vá. A concorrência é livre, e quem presta melhores serviços é que leva
vantagem de quem quer ser bem tratado. Eu compro no Zaffari Higienópolis, porque
fica ao lado da minha casa, sim, mas é também porque tem gente que empacota,
tem um cidadão que acompanha até ao automóvel, para não deixar um carrinho
bater em outro, eu compro lá. Tem um outro supermercado ao lado que não faz
nada disso, eu não vou lá, mas tem gente que vai, tanto é que o supermercado
está aberto. Agora, para a nossa felicidade, Ver. João Dib, nosso decano, a
concorrência faz com que a população faça a seleção. Vocês já podem ter
observado e observem, por favor, na Cidade, como estão voltando os pequenos
mercadinhos de bairro. Esses estão crescendo, Ver. Mauro Pinheiro, os mercados
de vizinhança estão crescendo, porque ser tratado pelo vizinho é melhor.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra discutir
o PLCL nº 008/10.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; na semana que passou, chegou até mim o Projeto de Lei que está
sendo discutido no presente momento. Vinha precedido de um acordo das
Lideranças. Entendi que a Casa deveria, através do exame conjunto das
Comissões, deliberar sobre o assunto. Li o Projeto do Ver. Luiz Braz e logo
observei que ele tentava alterar a Ementa e o caput do art. 1º, ambos da Lei Complementar nº 462, de 18 de
janeiro de 2001, que foi alterada pela Lei Complementar nº 523, de 2 de maio de
2005.
Ora, Sr. Presidente, o
meu Parecer dado à matéria, evidentemente, tinha que se voltar para essa
legislação que se buscava alterar. E aqui eu observo que há uma série de
dúvidas da Casa que eu pensei que não existissem. Parece que se desconhece
exatamente o que está escrito na lei que se está modificando, Ver. Cecchim,
porque a restrição e a limitação de dois mil e quinhentos metros quadrados não
é para toda a cidade de Porto Alegre, como alguns dizem.
Basta que vejamos na
Lei nº 523, de 2 de maio de 2005, no § 1º do art. 1º, que não é revogado pela
alteração proposta pelo Ver. Braz, ali diz que (Lê.): “§1º Excetuam-se das
posições do caput deste artigo a área
miscigenada compreendida entre a Avenida Severo Dullius, parte da Avenida dos
Estados até a Rua Dona Teodora e a Auto-Estrada Marechal Osório (Freeway), bem como entre o prolongamento
da Avenida Antônio de Carvalho e o Corredor de Produção, conforme definição da
Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro de 1999, Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre...” Vale dizer: toda a Área
Miscigenada de Porto Alegre, que não é tão restrita assim.
Então, eu quero dizer
que não dei um Parecer específico para um investimento feito na cidade de Porto
Alegre. Aliás, disse da tribuna que busquei, no meu Parecer, o que me pareceu o
principal na proposta do Ver. Braz, que era colocar restrição para todos e não
só para alguns. Sobre esse particular, se a restrição geográfica não é a mais
correta, teríamos que mudar a descrição da área geográfica. Ninguém buscou
fazer isso. E como desde 2001 vigora essa disposição, começou com um Projeto do
ex-Presidente desta Casa, Ver. João Motta a alteração que houve de mil e
quinhentos para dois mil e quinhentos, eu estava atrás dela, eu propus, mas não
votei, porque fui ser Deputado - em 2005, eu não estava nesta Casa. Então, não
é novidade esse assunto. Por isso eu quero dizer que não me sinto nem de leve constrangido
ao ouvir todas as partes que têm vindo falar comigo sobre esse assunto. Nunca tive a
preocupação de não conversar com o Fulano, porque é do Walmart, ou com o
Beltrano, porque é comerciante da Restinga. Converso com todo o mundo e tomo
minhas posições serenamente.
No contexto em que está colocada, eu não vejo esse
horror que alguns querem ver na eventualidade de essa matéria ser aprovada, até
porque, Ver. Sebastião, Vossa Excelência tem razão. Haverá uma discussão,
depois, se ela produz efeitos no passado ou não. Isso não me cabe dirimir.
Pessoalmente, tendo sido o prolator do Parecer favorável, não vejo razão para
mudar. E, nessas condições, vou votar favoravelmente ao Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação nominal o PLCL nº
008/10. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM e 04 ABSTENÇÕES.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 146/09 – (Proc. nº 5291/09 – Verª Sofia Cavedon) – requer Moção de
Solidariedade aos professores da rede pública de ensino na luta pela aplicação
da Lei Federal nº 11.738/2008.
Observação:
- votação nula
por falta de quorum; adiada a votação por duas Sessões.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação o
Requerimento nº 146/09, de autoria da Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Encerrada a Ordem do Dia.
Passamos à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC.
Nº 1673/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/10, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao
senhor Luiz Carlos Reche.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1242/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/10, de autoria do
Ver. Dr. Thiago Duarte, que altera os Anexos 1 e 2 da Lei Complementar nº 626,
de 15 de julho de 2009 – que institui o Plano Diretor Cicloviário Integrado e
dá outras providências –, incluindo a Avenida Ecoville nesses Anexos.
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para
discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. ADELI
SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, hoje nós temos, em
2ª Sessão de Pauta, um Projeto de Lei do nosso colega Thiago Duarte que altera
os Anexos 1 e 2 da Lei Complementar nº 626 - que institui o Plano Diretor
Cicloviário Integrado e dá outras providências -, incluindo a Av. Ecoville
nesses Anexos. Sem nenhum problema, pelo contrário, sou favorável. Mas o
problema, minhas senhoras e meus senhores, é que nós não começamos a colocar em
prática absolutamente nada do Plano Cicloviário e já estamos fazendo
acréscimos. Então, é uma coisa um tanto contraditória. Quando isso acontecerá?
Essa é a pergunta que não quer calar!
Hoje de manhã, às 8h30min, tinha engarrafamento na
rua Lima e Silva. A esta hora, 18h em ponto, tem engarrafamento brutal na Av.
Independência, a Av. Protásio está minada, parada, e nós temos um Plano
Cicloviário, que o Ver. João Dib questionou muitas vezes aqui. Eu gostaria de
saber a opinião do Líder do Governo, o Ver. João Dib, que já questionava o
Plano Cicloviário, sobre agora já querermos aumentar o Plano Cicloviário. Eu
quero dizer ao Dr. Thiago que voto favoravelmente, até porque conheço a região,
a Avenida Ecoville, que bom que ela esteja no Plano Cicloviário. Mas não foi
feita nenhuma obra, nada, absolutamente nada foi feito até agora. Ver. João
Dib, nós não conseguimos, em absoluto, iniciar o Plano Cicloviário e já
queremos aumentá-lo. E vou repetir aqui: se nós quisermos fazer isso, temos que
continuar cobrando do Executivo uma ação efetiva.
O Sr. João
Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Adeli
Sell, V. Exª é o maior argumento que eu tenho para ter votado contrariamente ao
Plano Cicloviário no qual V. Exª votou a favor. Vossa Excelência sabe que o
Plano Cicloviário dizia que nós teríamos uma ciclovia em toda a extensão da Av.
Independência – aliás, ele não dizia toda a extensão da via, ele dizia toda a
via, apenas isso. Toda a via é impossível, e é impossível na Av. Independência,
na Av. Osvaldo Aranha, na Av. Protásio Alves, é impossível em todo ele. E eu
continuo pensando da mesma forma. O Plano Cicloviário daquele Secretário que
estava Secretário, mas não era Secretário, porque ele disse que era professor,
se ele estava Secretário, não podia fazer um Plano Cicloviário, até porque a
Prefeitura pagou para três consultorias paulistas e usou o trabalho dos
técnicos da Prefeitura. E esse processo, com 190 páginas impressas, não chegou
à Câmara. Não era esse o Plano Cicloviário! O Plano Cicloviário tem que estar
contido num Plano Viário. Se nós não temos Plano Viário, não vamos falar em
Plano Cicloviário. Saúde e PAZ!
O SR. ADELI
SELL: Saúde e paz, Ver. João Dib. E eu continuo cobrando que se inicie,
efetivamente, o Plano Cicloviário em Porto Alegre. Se o Governo quiser, e me
parece que o Engenheiro Bottin tem boas intenções, nós poderíamos retomar,
começando pela pintura do Caminho dos Parques, já que o Banco Santander
continua com sua publicidade à vista, bem que a Prefeitura podia cobrar a
repintura do Caminho dos Parques. É isso, por sinal, que eu vou fazer e eu sei
que não preciso nem fazer, porque o Líder do Governo deve avisar o Secretário
de que o Ver. Adeli Sell fez esse pedido, pois eu acho que a função da base do
Governo é alertar o Governo sobre tudo o que se passa aqui dentro, não importa
de que Vereador venha. E, assim como nós começamos a sentir uma mudança na
EPTC, nós queremos continuar com a expectativa de que mude e mude para melhor,
cada vez mais, e que a gente possa, portanto, começar o Plano Cicloviário em
Porto Alegre. É isso.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para discutir a Pauta.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, colega Bernardino Vendruscolo; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, é oportuna aqui a
discussão deste tema que propõe o Ver. Dr. Thiago, que tem mérito em trazer
aqui um prolongamento do Plano Diretor Cicloviário lá para a Av. Ecoville e
seus acessos. Mas eu aproveito este debate para dialogar com o Líder do
Governo, porque foi feito, Ver. Proença, pelo ex-Prefeito Fogaça, um grande marketing de mídia do lançamento da
ciclovia na Restinga. Iniciaram-se as obras. Agora, vejam só o que estão
construindo lá, Ver. Vendruscolo. A ciclovia está sendo construída no local
onde é para ser a calçada. O que vai acontecer? As pessoas vão caminhar na dita
ciclovia, e estará sendo criado um conflito. Numa das compensações que foi
largamente anunciada pelo Governo Fogaça há outro erro de gestão: em frente ao
BarraShoppingSul, foi criada uma ciclovia na calçada oposta ao shopping, mas não tem calçada! Onde as
pessoas caminham? No espaço da ciclovia. Portanto, eu quero trazer esse tema,
dialogando, nós queremos ciclovias, sim, em toda a Cidade, mas queremos
calçadas também, onde as pessoas possam se locomover. E não basta pegarmos uma
pista já existente, colocar um conjunto de barreiras, aquelas tartarugas, e
dizer que ali é a ciclovia. Se não tem calçada, as pessoas caminham por ali.
Então, o Plano Diretor Cicloviário, assim como foi
feito, apresentado pelo Governo Fogaça e aprovado, não vai funcionar. Primeiro,
ele não está integrado ao Plano Diretor como um todo; segundo, ele teria que
estar integrado a um Plano Diretor de Mobilidade Urbana. Nós queremos, por
exemplo, lá na Zona Sul, a duplicação da Av. Edgar Pires de Castro, da Av.
Vicente Monteggia e outras. Já queremos que o projeto que venha a nascer... E
já saiu o edital, Ver. Toni Proença, e o edital não contempla o estudo da
ciclovia. Quando sai o projeto, tem que ter a via duplicada, tem que ter o
corredor de ônibus, tem que ter a ciclovia e as calçadas. E, quando forem
executar o projeto, tem que ser na totalidade. Nas vias que já existem, tem que
ter calçada e ciclovia, não adianta colocar a ciclovia e não ter calçada.
Portanto, trago este debate aqui, que é uma
reivindicação de várias comunidades, mas falo aqui, especialmente, em relação à
Restinga, está aqui o Presidente da Associação Comercial e Industrial da
Restinga, o Ronaldo, junto com outros que sabem e já nos trouxeram o problema.
Então, queremos falar ao Ver. João Antonio Dib que,
certamente, nos ouve neste momento, para que chame o Executivo imediatamente,
faça parar aquela obra e faça a consertação, porque não dá para construir uma
ciclovia e não ter calçada. As pessoas estão andando na dita ciclovia, o que
cria o conflito do ciclista com o pedestre. Isso não vale! Nós queremos uma
Cidade com qualidade no que diz respeito à mobilidade urbana, queremos as
tecnologias alternativas de transporte, entre elas, a bicicleta para o lazer e
para ao trabalho, mas também queremos que os pedestres tenham segurança e
tenham calçada. Um grande abraço, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Não há mais inscritos em Pauta.
Visivelmente não há quórum. Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h09min.)
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